Mil e uma noites no Teatro São Luiz

Mil e uma noites no Teatro São Luiz
Fotografia: D.R.

Mil e Uma Noites é um projeto cívico e artístico de longa duração de Cátia Terrinca / Umcoletivo que, através do teatro radiofónico, resgata do esquecimento a obra de mulheres portuguesas do século XX. Qual Xerazade, embalam-se os ouvintes, apaixonando-os por uma constelação de mulheres esquecidas, apagadas, censuradas e torturadas. No Teatro São Luiz, acontecem sessões de escuta, a partir de temáticas tão distintas como canções de trabalho ou cartas de guerra.

16 dezembro
sexta, 19h30
Corpo a corpo, olhos nos olhos
M/16

Judith Teixeira viu a sua obra Decadência ser queimada, devido à liberdade com que escreveu sobre o seu corpo e sobre os corpos que amou. Esta sessão traça, a partir dela, uma poética sobre o erotismo do corpo, para a qual convoca também as palavras de Beatriz Rodrigues Barbosa, Maria Helena Barreiro, Fiama Hasse Pais Brandão e Maria Teresa Horta. Entre o sussurro e o grito, fala-se corpo a corpo, olhos nos olhos, sobre amor.

17 dezembro
sábado, 16h e 19h30
Crónicas autobiográficas
M/16

Maria Lamas escreveu uma das obras feministas reconhecidamente fundamental à História do século XX: Mulheres Do Meu País. Esta sessão trabalha o universo autobiográfico de, para lá de Maria Lamas, outras quatro mulheres: Natércia Freire, Maria Archer, Fernanda de Castro e Maria Velho da Costa, pioneiras, revolucionárias, acutilantes, que emprestam instrumentos de leitura preciosos para viajar no tempo. Mais do que uma reflexão imediata sobre que mulheres fomos no século passado, importa refletir também sobre quem somos – e com que liberdade de ser e de estar somos hoje, no século XXI.

17 dezembro
sábado, 17h
Xerazade e As Outras – Conversa para além das Mil e Uma Noites 

No processo de gravação e edição dos mil e um programas radiofónicos que, no âmbito do projeto Mil e Uma Noites, Cátia Terrinca e UMCOLETIVO vão partilhar através da Antena 2 e de um conjunto de sessões ao vivo, organizam-se encontros com algumas das mulheres fundamentais, para que, de viva voz e na primeira pessoa, nos contem as histórias que este projeto quer inscrever publicamente na História do século XX. Histórias que nos permitem perspetivas diversas sobre as mulheres do século XXI, problematizando papéis, lutas, conquistas. Desenhando, também, futuros. A Fernanda Botelho pediu-se emprestado o título destas conversas – não fosse o seu livro, Xerazade e os Outros, um dos que fez Cátia Terrinca e UMCOLETIVO sonharem com estas Mil e Uma Noites, apropriando-se do desafio de cantar e contar para que raie o sol sobre as noites misóginas. A primeira das conversas, a partir da qual se estenderá uma manta de perguntas, acontece no Teatro São Luiz, tendo como convidada a jornalista Maria Antónia Palla. E é a partir da sua retrospetiva pessoal, que aqui partilha, que é lançada a aventura do UMCOLETIVO para os próximos três anos