Museu do Caramulo reabre colecção de arte ao público

Museu do Caramulo reabre colecção de arte ao público

O Museu do Caramulo reabriu ao público as salas de exposição de arte, após uma profunda remodelação e expansão do espaço, e conta agora com várias novidades.

O edifício do Museu do Caramulo foi construído em 1959, e é o segundo edifício em Portugal construído de raiz para museu. Na altura foram utilizados no projecto da autoria do Arq. Alberto Cruz, os melhores materiais e as mais avançadas técnicas de construção. Volvidos mais de 60 anos, o edifício e as salas de exposição acusavam o desgaste do tempo e uma desactualização contrários à missão do Museu do Caramulo, enquanto instituição de divulgação e conservação cultural. Esta preocupação, que acompanhava o museu há vários anos, culminou no desenho de um projecto de requalificação do espaço e do percurso expositivo, tendo vencido o Prémio Vilalva atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2013, mas que não foi possível concretizar no imediato, por questões financeiras.

Em 2020 a Direcção do Museu do Caramulo decidiu avançar com a realização das obras de reabilitação, que incluiu, entre outras melhorias, um redesenho da arquitectura do espaço expositivo, com revestimentos novos, correcção e recuperação dos pavimentos, renovação da iluminação e das vitrines, assim como revisão de todos os materiais de comunicação, textos e tabelas. O percurso expositivo que agora se inaugura foi totalmente reorganizado, de acordo com o projecto de 2013 do Prémio Vilalva. A nova museografia foi concebida por Raquel Henriques da Silva e Madalena Reis e o projecto de Arquitectura é de Teresa Nunes da Ponte. A instalação da colecção de arte contou também com o precioso contributo de Dalila Rodrigues e Anísio Franco.

A organização das salas por núcleos temáticos permitirá aos visitantes do Museu do Caramulo conhecer a colecção por áreas de interesse, permitindo assim uma visita mais rica e estruturada das colecções. Nesta revisão, o espaço de exposição foi também expandido, passando de oito para nove salas, com o reaproveitamento do grande hall de entrada, que passou a integrar a exposição permanente. Este alargamento permitiu, não só mostrar a crescente colecção de arte contemporânea do Museu do Caramulo, que conta com doações de artistas como Pedro Cabrita Reis, João Louro, Miguel Palma, Ana Hatherly, Pedro Calapez, Fernanda Fragateiro ou Rui Chafes, entre outros, como também expor peças de arte doadas nos últimos anos, que não se encontravam em exposição, como é o caso de três obras de Pablo Picasso. Além das salas de arte, as obras de reabilitação do Museu do Caramulo estenderam-se ainda às salas de exposições temporárias no rés-do-chão, ao claustro do séc. XVIII e às paredes exteriores com a recuperação da fachada principal, assim como à instalação de um elevador que percorre agora todos os pisos, resolvendo uma limitação antiga na questão das acessibilidades.