Casa das Artes, em Famalicão, estreia “A Bela Adormecida” a 4 e 5 de Fevereiro

Casa das Artes, em Famalicão, estreia “A Bela Adormecida” a 4 e 5 de Fevereiro

O Inverno de Fevereiro faz acordar “A Bela Adormecida” na Casa das Artes de Famalicão, nos dias 4 e 5, às 21h30, no Grande Auditório. Esta é a grande abertura da programação do segundo mês de 2022 e que, com esta estreia nacional, materializa a associação deste teatro municipal à Temporada Cruzada França-Portugal, projecto desenvolvido pelos dois países entre Fevereiro e Outubro do corrente ano. A produção é da Companhia Illicite – Bayonne e tem co-produção com a Casa das Artes de Famalicão, o Teatro Municipal da Guarda, A Companhia INTRANZYT, e a CCN Malandain Ballet Biarritz. Espectáculo inserido no programa Saison Croisée, com o apoio do Ministério da Cultura Francês e o Ministério da Cultura Português.

“A Bela Adormecida” é uma peça coreográfica para 13 bailarinos, livremente inspirada no "Gulistan" de Saâdi.

Durante o sono, a protagonista Aurora/"Rose" é forçada a interiorizar a sua auto-imagem, consciente ou inconscientemente, até que seja despertada do seu isolamento forçado. Na maioria dos contos, se a maldição inicial sobre "Rosa" tivesse prevalecido, ela teria morrido. Em vez disso, ela permanece viva, numa espécie de estado de coma e de vigília.

Em ambas as versões, de Grimm ou Perrault, o sono suspende a princesa entre dois mundos diferentes, ou seja, transmuta-a em morto-vivo. Além disso, o sono é uma forma protectora de preservar a beleza da sua juventude. Aprisionando a heroína, reduzindo-a a um paradigma patriarcal perfeito, da mulher ideal, o sono também interrompe a sua adolescência, privando-a de alegrias e experiências juvenis. Este estado de coma induzido e inacção através do sono, isola-a da sociedade e impede-a de aprender a lidar com as provações e tribulações do mundo real.

As forças sociais e as expectativas do papel de género moldam tudo o que ela faz, desde sua maldição, durante o seu sono em coma, até ao encontro com um príncipe.

Estes contos de fadas partem da premissa de que a responsabilidade da feminilidade é um desafio que muitas mulheres desejam evitar.

A perspectiva tradicional dos autores influencia fortemente a identidade de género da protagonista e a maneira como ela interage com a sociedade e o género. Felicidade individual “definida” e felicidade “para sempre” não são prometidas a ninguém, especialmente a uma Bela Adormecida.