Teórico japonês Jun Fujita Hirose quer "impor um limite absoluto ao capitalismo"

Teórico japonês Jun Fujita Hirose quer "impor um limite absoluto ao capitalismo"
Fotografia: Javier Bendersky

Seguindo de perto o trabalho dos filósofos Deleuze e Guattari, recebemos o teórico japonês Jun Fujita Hirose que nos traz algumas das ideias centrais do seu mais recente livro centrado na ideia de impor limites ao capitalismo avançado: "a economia das plataformas é um feudalismo organizado pelo capital. Desde a segunda metade dos anos noventa estamos assistindo ao surgimento daquilo que o eminente economista inglês Cédric Durand chamou de 'tecnofeudalismo'."

Continuando um caminho que tem vindo a ser empreendido no TBA de desbravamento e contextualização de alguma da mais influente produção filosófica crítica pós-1968 – interrogando a sua utilidade para os dias de hoje –, recebemos Jun Fujita Hirose numa conversa moderada pela investigadora Susana Caló. Nesta conversa, o filósofo e crítico cultural japonês especula sobre os modos possíveis de impor atualmente um limite possível ao capitalismo, tarefa que aborda na senda da filosofia de Deleuze e Guattari. O pretexto é a publicação recente em espanhol do seu livro ¿Cómo imponer un límite absoluto al capitalismo? Filosofía política de Deleuze y Guattari (Tinta Limón, 2021). Como se pode ler na sinopse do livro:

Os três principais livros da prolífica produção conjunta de Gilles Deleuze e Félix Guattari debruçam-se sobre a mesma questão fundamental: como derrubar o capitalismo, como explodir com os dispositivos da sua axiomática. E propõem, para isso, uma estratégia única e invariável: o devir-revolucionário de todxs. Mas a tática que inventam é, a cada vez, diferente. Trata-se de, em cada conjuntura, determinar um agente central e o seu devir-revolucionário específico: os proletários na luta de classes e o seu devir-fora-de-classe, em O Anti-Édipo (1972); as minorias na luta em torno dos axiomas e o seu devir-minoritário, em Mil Planaltos (1980), e o “homem” no humanitarismo face às vítimas, e o seu devir-animal, em O que é a filosofia? (1991). A crise pandémica da Covid-19 constitui, para o capitalismo, o seu terceiro momento de destruição criativa, em que se estabelece um novo regime de acumulação global, sob a hegemonia chinesa, tendo os metais raros como matéria-chave. Que tática corresponde a esta nova situação? Talvez o possamos equacionar a partir da seguinte frase de Deleuze e Guattari em Mil Planaltos: “todos os devires começam e passam pelo devir-mulher.”

28 janeiro
sábado 16h

Entrada livre (sujeita à lotação) mediante levantamento prévio de bilhete (máximo de 2 por pessoa) na bilheteira no próprio dia a partir das 15h
Sala Manuela Porto
Duração 2h