'Sardinha, o sem fim da pesca do cerco'

Um registo no limite do tempo
Fotografia: D.R.
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2. Um registo no limite do tempo

O que iria ser um livro sobre a pesca da sardinha, acabou por se tornar num estudo sobre a pesca do cerco; o que se iria centrar na Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Matosinhos, acabou por se estender a todo o país….

Durante quatro anos (2018–2022), a partir de embarcações sediadas no norte do país, percorreu o mar português a bordo de vários de barcos, a partir de quase todos os portos, acompanhando a vida no mar de muitas tripulações, com atenção à dimensão holística do fenómeno das pescas e aos grandes debates actuais sobre a sustentabilidade da vida marinha.

Portos, lotas, armazéns, linhas de costa, mares e amuradas de embarcações, foram os pontos de escala desta viagem sem guião, que coloca em evidência a dimensão nacional da pesca da sardinha e a natureza móvel dos seus factores de produção. Este é, aliás, um registo no limite do tempo. Num tempo em que a literacia dos oceanos se mostra mais indispensável do que nunca para travar os impactos sobre o planeta, é urgente pensar um futuro baseado numa nova economia do mar. E renovar o olhar sobre a pesca do cerco, que é, como sempre foi, uma luta entre a sobrevivência de uma espécie e a subsistência da outra.

Da autoria de Helder Luís, fotógrafo, designer e artista multimédia, também ele poveiro, criado no coração da comunidade piscatória, o livro conta com os contributos científicos de Álvaro Garrido, professor catedrático e director da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e de Diana Feijó, técnica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, a par das ilustrações científicas de Pedro Salgado, biólogo.

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