Exposição 'Sapatilhas: Marcas Portuguesas, do Estado Novo ao Virar do Milénio' na Casa do Design, Matosinhos

Exposição 'Sapatilhas: Marcas Portuguesas, do Estado Novo ao Virar do Milénio' na Casa do Design, Matosinhos
Fotografia: Luís Espinheira,

Numa época em que as sapatilhas ganham dimensão global como um dos ícones da cultura contemporânea, a Casa do Design inaugura a exposição Sapatilhas: Marcas Portuguesas do Estado Novo ao Virar do Milénio, com curadoria de Pedro Carvalho de Almeida, para dar a conhecer uma parte do legado da indústria nacional de calçado desportivo. 

Partindo de uma colecção única de mais de 500 modelos de sapatilhas representativas de um universo de 100 marcas concebidas e fabricadas em Portugal, esta exposição explora o significado cultural, social, político e económico que as marcas representam. Propõe-se uma breve contextualização histórica, uma leitura aprofundada sobre as marcas Sanjo e Cortebel, mas sobretudo a revelação de um surpreendente acervo de outras marcas caracterizadas por pequenas séries, modelos para diferentes práticas desportivas e as respectivas embalagens.

Resultado de uma coprodução entre a Câmara Municipal de Matosinhos / esad—idea, Investigação em Design e Arte, a exposição propõe simultaneamente uma retrospectiva histórica e um espaço de reflexão crítica, procurando saber como a memória das sapatilhas de fabrico nacional pode ser resgatada, entendida e preservada, e como os recursos produtivos a que temos acesso, materiais e imateriais, podem ser melhor aproveitados e criativamente potenciados.

Os conteúdos da exposição encontram-se divididos por núcleos. Cada núcleo foca um tema, um conjunto de observações, uma marca estudada com maior profundidade ou a tecnologia usada no fabrico de sapatilhas em Portugal. O corpo central da exposição revela uma parte do universo das marcas portuguesas de sapatilhas, que poucos conhecem. Nele é apresentada uma selecção de modelos das marcas presentes na colecção. São destacadas aquelas que tiveram maior expressão no mercado, ou as que a colecção melhor representa: Celtex, Centro, Cross, Desportex, Gitto’s, Jorui, Mind, Valcor e Xávi Sport

A exposição integra ainda uma instalação audiovisual que pretende activar a memória e com ela o convite aos visitantes para contribuírem com informação, testemunhos ou questões, participando na construção activa de uma memória identitária, colectiva, em permanente evolução.

No âmbito da exposição, é apresentado um ciclo de conversas com moderação do curador Pedro Carvalho de Almeida, onde se irão debater temas associados às pessoas, aos objectos, à cultura e à indústria do calçado desportivo em Portugal. O primeiro evento da programação paralela será no dia 25 de Fevereiro dedicada aos conteúdos e ao catálogo da exposição. Entre Março e Junho, discute-se o papel do designer como coleccionador, as ligações entre o design, a indústria e o artesanato, e ainda os desafios e oportunidades no desenvolvimento sustentável.

A exposição, patente até ao dia 27 de Agosto na Casa do Design, resulta de uma parceria entre a esad—idea, Investigação em Design e Arte, e o Instituto de Investigação em Design Media e Cultura (ID+).