Cineclube de Joane | Maio

Cineclube de Joane | Maio
Foto: DR

Cineclube de Joane – MAIO de 2024

(sessões às 21H45 na Casa das Artes de Famalicão)

 

9 – A FLOR DO BURITI de João Salaviza e Renée Nader Messora

(sessão Traz Outro Amigo Também)

 

Continuando com os Krahô, depois de Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, o filme traz um dos temas mais urgentes da actualidade: a luta dos Krahô pela terra e as diferentes formas de resistência implementadas pela comunidade da aldeia Pedra Branca, situada na região Tocantins no Brasil. O filme inicia-se em 1940, onde duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um violento massacre, perpetuado pelos fazendeiros da região. Em 1969, durante a Ditadura Militar, o Estado Brasileiro incita muitos dos sobreviventes a integrarem uma unidade militar. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô seguem caminhando sobre a sua terra sangrada, reinventando diariamente as infinitas formas de resistência. A Flor do Buriti foi filmado durante quinze meses, em película 16mm, dentro da Terra Indígena Kraholândia. Assim como em Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, a equipa era muito reduzida e era dividida entre indígenas e não indígenas. Relatos históricos baseados em conversas e a realidade actual da comunidade serviram de base para a construção da narrativa do filme. A Flor do Buruti estreou no Festival de Cannes onde foi galardoado com o Prémio de Melhor Elenco.

 

16 – MAY DECEMBER de Todd Haynes + Comezainas de Mafalda Salgueiro

 

Há 20 anos, Gracie Atherton-Yoo, na altura com 36 anos, viu-se envolvida num enorme escândalo quando a sua relação amorosa com Joe, de apenas 13, foi tornada pública. Hoje, depois de ela ter cumprido pena de prisão e terem sido ultrapassadas todas as dificuldades, os dois levam uma vida tranquila na Georgia, com os seus dois filhos gémeos. Mas tudo muda com a chegada de Elizabeth, uma actriz envolvida na produção de um filme sobre o caso, que deseja conhecê-los mais de perto e estudar o seu papel enquanto Gracie. Estreado no Festival de Cinema de Cannes "May December” foi realizado por Todd Haynes. O argumento, escrito por Samy Burch e Alex Mechanik, é inspirado na história da norte-americana Mary Kay Letourneau (1962-2020), uma professora casada e mãe de quatro filhos que, em 1996, se envolveu com Vili Fualaau, um aluno seu de 12 anos, de quem engravidou e com quem viria a casar-se anos mais tarde. O elenco conta com Natalie Portman, Charles Melton e Julianne Moore, na sua quinta colaboração com Todd Haynes, depois de Seguro (1995), Longe do Paraíso (2002), I'm Not There - Não Estou Aí (2007) e Wonderstruck: O Museu das Maravilhas (2017). A abrir a sessão será exibida a curta-metragem Comezainas (2022, 12 min) de Mafalda Salgueiro:  Cozinhar é dar carinho, diz a minha mãe. Transportando-nos para a casa de infância, com formas transversalmente familiares, e cheiros que pressupõem acolhedores sabores, este é um íntimo registo de um desses repetidos momentos de criação de algo que proporciona comunhão, onde o produzido desaparece e se torna parte de nós. Sopa de coentros, migas com costado e rissóis de pescada, é o que temos para hoje – tudo muito bom e fresquinho!

 

23 – O PROCESSO GOLDMAN de Cédric Kahn

 

Novembro de 1975. Início do segundo julgamento de Pierre Goldman, militante francês da esquerda radical. Durante o seu primeiro julgamento, Goldman havia sido condenado a pena de prisão perpétua por ter cometido quatro assaltos à mão-armada, dos quais teriam resultado duas mortes. Após declarar a sua inocência relativamente a esta última acusação, o julgamento transforma-se num caso célebre que reflecte as tensões políticas, ideológicas e raciais que marcam os anos 70 na Europa. Evasivo e provocador, Goldman contribui para o mediatismo em torno de um caso que dividiu o estado francês e alimentou a polarização entre a esquerda intelectual e a direita conservadora.

 

30 – SENHORA OGIN de Kinuyo Tanaka

(Já Não Há Cinéfilos?!, integral Kinuyo Tanaka)

 

No final do século XVI, quando o cristianismo vindo do Ocidente foi proscrito no Japão, a Senhora Ogin apaixona-se pelo samurai Ukon Takayama, que é um devoto cristão. O guerreiro recusa os seus avanços, preferindo dedicar-se à sua fé, e Ogin acaba por casar com um homem que não ama. Mas, alguns anos depois, Ukon regressa e confessa o seu amor por ela. Ogin, que é filha do famoso mestre de chá Rikyû, quer recuperar a sua liberdade, mas o arguto Hideyoshi, que reina sobre o país, iniciou as perseguições anti-cristãs. Senhora Ogin, o último filme realizado por Kinuyo Tanaka, encerra este integral dedicado à cineasta.

 

Junho de 2024

 

6 – IRON CLAW de Sean Durkin

13 – O MAL NÃO ESTÁ AQUI de Ryûsuke Hamaguchi

20 – O HOTEL PALACE de Roman Polanski

27 – EUREKA de Lisandro Alonso

 

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Sessões às 21h45

Pequeno Auditório _ Casa das Artes _ Parque de Sinçães - Vila Nova de Famalicão