Câmara de Coimbra debate violência contra as pessoas idosas no dia 15 de Junho na Casa da Cultura
A Câmara Municipal (CM) de Coimbra vai assinalar, no dia 15 de Junho, o Dia Mundial da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa com um debate que vai decorrer, entre as 14h00 e as 17h00, na Sala Francisco Sá de Miranda, na Casa Municipal da Cultura. A iniciativa pretende sensibilizar a comunidade em geral para a problemática da violência contra as pessoas idosas. O envelhecimento demográfico será, inevitavelmente, um assunto a debater. O concelho de Coimbra assistiu a um aumento substancial do seu índice de envelhecimento de 2011 para 2021 e, actualmente, as freguesias mais envelhecidas são Torres do Mondego, Ceira e Almalaguês.
“Encruzilhada da violência contra as pessoas adultas mais velhas” é o tema do debate que o Gabinete de Gerontologia e Envelhecimento Activo da autarquia preparou para assinalar, no próximo dia 15 de Junho, o Dia Mundial da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa. A iniciativa vai decorrer entre as 14h00 e as 17h00 na Sala Francisco Sá de Miranda, na Casa Municipal da Cultura, e pretende sensibilizar a comunidade em geral para a problemática da violência contra as pessoas idosas, debatendo com os diversos oradores questões como a prevalência e incidência do fenómeno no concelho de Coimbra, os principais factores de risco e de protecção associados e as metodologias de sinalização e de intervenção.
O programa tem início às 14h15, com as intervenções de Ana Simões, magistrada do Ministério Público e coordenadora da Comarca de Coimbra, Francisco Rodrigues, director do Departamento de Acção e Habitação Social da CM de Coimbra e Ana Martins, chefe do Gabinete de Gerontologia e Envelhecimento Activo da CM de Coimbra. Segue-se uma mesa redonda sobre o tema da violência contra pessoas adultas mais velhas, moderada por Henrique Testa Vicente, professor auxiliar do Instituto Superior Miguel Torga, e com a participação de Ana Simões, magistrada do Ministério Público e coordenadora da Comarca de Coimbra, Natália Cardoso, gestora do Gabinete de Apoio à Vítima de Coimbra da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, Cristina Cunha, psicóloga do Programa SOS Pessoa Idosa da Fundação Bissaya Barreto, Artur Loureiro, comissário do Comando Distrital de Coimbra da Polícia de Segurança Pública e César Santos, médico-legista do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses.
O programa prevê, depois, um espaço de debate e o lançamento da campanha de sensibilização “Tornar Visível o [in]Visível”, que será apresentada pela vereadora da Acção Social da CM de Coimbra, Ana Cortez Vaz, que encerra a sessão às 17h00.
O envelhecimento populacional é encarado com um dos maiores triunfos da humanidade, representando uma vitória da evolução médica, social e económica de todas as sociedades, e apresenta-se como uma evolução indiscutível também na estrutura etária da população portuguesa. De acordo com as “Estatísticas Demográficas – 2021” do Instituto Nacional de Estatística (INE), as alterações na estrutura etária da população portuguesa resultaram na continuação do processo de envelhecimento demográfico, sendo que entre 2011 e 2020, a percentagem de população jovem diminuiu de 15,0% para 13,2% (-1,8%) e a percentagem de pessoas com 65 ou mais anos de idade aumentou de 19,2% para 23,2% (+ 4,0%).
Ainda de acordo com o referido documento, o índice de envelhecimento em Portugal aumentou, anualmente, passando de 128 pessoas idosas por cada 100 jovens em 2011 para 181,3 pessoas idosas por cada 100 jovens em 2021. De 2011 para 2021, o concelho de Coimbra também acompanhou a tendência nacional e assistiu a um aumento do seu índice de envelhecimento de 160,5 para 214,0 pessoas idosas por cada 100 jovens.
Analisando o comportamento do índice de envelhecimento nas 18 unidades territoriais do concelho, as freguesias mais envelhecidas são Torres do Mondego (com 374 pessoas idosas por cada 100 jovens), Ceira (com 318 pessoas idosas por cada 100 jovens) e Almalaguês (com 313 pessoas idosas por cada 100 jovens). De salientar que, de 2011 para 2021, das 18 unidades territoriais do concelho de Coimbra, somente a União de Freguesias de Coimbra assistiu a uma diminuição do seu índice de envelhecimento, passando de 277 pessoas idosas por cada 100 jovens em 2011 para 263 pessoas idosas por cada 100 jovens em 2021.
Importa, ainda, referir que, independentemente da unidade territorial que se esteja a analisar, o índice de envelhecimento é sempre superior a 100, ou seja, existem sempre mais pessoas idosas que crianças e jovens nos diferentes territórios. Conclui-se, ainda, que de 2011 para 2021, dos 100 concelhos da região Centro, 91 registaram um aumento do índice de envelhecimento superior a 25%, sendo que Coimbra é um deles (aumento de 33,3%).
A actual realidade de envelhecimento demográfico e as suas perspectivas futuras torna essencial preparar toda a sociedade e humanidade para as repercussões do envelhecimento, quer seja ao nível das diversas estruturas tecnológicas, económicas, familiares, culturais e sociais, como também ao nível individual, sendo necessário impulsionar medidas e políticas específicas de promoção da independência e autonomia, bem como de um envelhecimento saudável, activo e bem-sucedido pelo maior período de tempo possível, dado que, as pessoas passarão a viver um terço da sua vida após a reforma. Segundo o INE, entre 2018 e 2080, verificar-se-á um acentuado fenómeno de envelhecimento demográfico e Portugal assistirá a um agravamento do seu índice de envelhecimento, que quase duplicará, podendo chegar aos 300 idosos por cada 100 jovens até ao ano de 2080.