Teatro Viriato acolhe a estreia da peça “Esquecimento”

Teatro Viriato acolhe a estreia da peça “Esquecimento”
Fotografia: Luís Belo

A partir de uma reflexão acerca do Direito ao Esquecimento, presente na Nova Carta dos Direitos Humanos na Era Digital, o coletivo Teatro da Cidade criou a sua nova peça intitulada “Esquecimento”. Este novo trabalho estreia no dia 22 de outubro, no Teatro Viriato, às 21h00.  

“A lei que existe na Carta dos Direitos Humanos na Era Digital que preve o direito a que uma pessoa seja esquecida, ou pelo menos parte das suas vidas, foi o nosso ponto de partida. Ao longo de dois anos formos fazendo várias bordagens ao tema. O que é isto do esquecimento? O que queremos falar sobre o esquecimento?”, explica Guilherme Gomes, um dos elementos do Teatro da Cidade.  

Para o coletivo, o esquecimento é “um tema moderno, do homem contemporâneo”, tendo em conta como os instrumentos sociais, como as redes sociais ou a comunicação social, remexem na memória das pessoas, deixando que os carimbos de uma doença, um erro, uma decisão ou citação reapareçam ao longo da vida de um indivíduo. 

“Convidamos o público a refletir connosco sobre isto. Porque as questões da memória não são consensuais. Mesmo num grupo de amigos, como é o nosso, com referências partilhadas, a relação com a memória e com os problemas que o esquecimento transporta não são os mesmos. Cada um tem os seus problemas e acreditamos que este espetáculo abre caminho a essa reflexão”, reforça. 

O espetáculo, que é uma coprodução do Teatro Viriato, conta com interpretação de Bernardo Souto, Guilherme Gomes, João Reixa, Nídia Roque e Rita Cabaço, elementos do coletivo Teatro da Cidade, que assina a criação. Os bilhetes já se encontram à venda na bilheteira física, no site do Teatro Viriato e na BOL. Esta será uma apresentação acessível que disponibilizará Língua Gestual Portuguesa e Audiodescrição. 
 
Livro “Esquecimento” 
Antecedendo a estreia da peça, o coletivo Teatro da Cidade lançou também o seu primeiro livro, que teve como título “Esquecimento”. 

Organizado por cadernos, esta obra pretende ser um objeto dinâmico, que poderá ficar incompleto com o desaparecimento de algum destes cadernos, ou pela escolha deliberada do leitor de não ter determinada parte do conjunto.  

Este livro reúne conversas transcritas de convidados com quem os criadores da companhia se foram reunindo para a pesquisa deste espetáculo, e que ajudaram não só a compreender questões relacionadas com a Lei do Direito ao Esquecimento, mas devolvendo também uma reflexão filosófica e ética sobre o tema.     

O Teatro da Cidade procura que este objeto permaneça no tempo, não como elemento que deseja a imortalidade, mas como modelo de reflexão que devolve um dos pensamentos dos nossos tempos.    

Novos Inquilinos
O coletivo Teatro da Cidade integra a categoria de Novos Inquilinos do teatro Viriato, o que lhe permite desenvolver os seus projetos e apresentar propostas onde possa interagir diretamente com a comunidade viseense, sedimentando assim uma relação mais próxima com o seu público nesta região.