Sara Barros Leitão apresenta ‘Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa’ em Guimarães

Sara Barros Leitão apresenta ‘Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa’ em Guimarães

Nos próximos dias 10 e 11 de Dezembro, o Centro Cultural Vila Flor apresenta a mais recente criação de Sara Barros Leitão. O recém-estreado ‘Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa’ é um espectáculo sobre o trabalho doméstico que resulta de uma alargada colaboração entre várias instituições culturais portuguesas e que traz a actriz e encenadora portuense a apresentar-se em Guimarães com ambas as sessões esgotadas. 

“Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa” é o título roubado clandestinamente a um texto do livro “Novas Cartas Portuguesas” – obra literária publicada em 1972 pelas conhecidas “as três Marias” (Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa), tendo-se afirmado como um marco na história do movimento feminista em Portugal, por ter sido publicado durante o fim do regime ditatorial do Estado Novo e por abordar o poder do patriarcado católico e a condição da mulher – e que dá o mote para este espectáculo. Sara Barros Leitão parte da criação do primeiro Sindicato do Serviço Doméstico em Portugal para contar a história, ainda pouco conhecida, pouco contada, pouco reconhecida, pouco valorizada, do trabalho das mulheres, do seu poder de organização, reivindicação e mudança. É a história das mulheres que limpam o mundo, das mulheres que cuidam do mundo, das mulheres que produzem, educam e preparam a força de trabalho. Esta é a história do trabalho invisível que põe o mundo a mexer. 

A actriz e encenadora faz assim um caminho com um tema a que tem vindo a dedicar a sua atenção há bastante tempo e a sua reflexão sobre as empregadas domésticas e mulheres de limpeza leva a criadora a afirmar que este ofício “é uma das últimas formas de exploração e, em muitos casos, escravatura.” Este que é o espectáculo inaugural da actriz e encenadora Sara Barros Leitão com a estrutura artística Cassandra, que fundou em 2020, resulta de uma co-produção entre as estruturas 23 Milhas, Fundação Centro Cultural de Belém, A Oficina, Cineteatro Louletano, Teatro Académico Gil Vicente, Teatro do Noroeste - Centro Dramático de Viana, Teatro Municipal Baltazar Dias, Teatro Nacional São João, Teatro Viriato, tendo contado com O Espaço do Tempo para residência artística.