Performance Terceira Pessoa apresenta um programa digital só visível In Loco

Performance Terceira Pessoa apresenta um programa digital só visível In Loco
Fotografia: D.R.

IN LOCO é um projecto criado pela estrutura sediada em Castelo Branco Terceira Pessoa que corresponde a uma plataforma digital com objectos artísticos que se podem ser acedidos numa determinada localização do país.
São 52 obras virtuais site specific criadas por 23 artistas, para 29 concelhos dos 18 distritos de Portugal continental.
A criadora e performer Ana Gil, o investigador Apolo de Carvalho, o grupo de arquitectos Os Espacialistas, o artista e fotógrafo Pedro Tropa e a artista plástica e performer Susana Mendes Silva são os artistas escolhidos para produzir as obras em Lisboa que serão lançadas no dia 10 de Outubro. No dia 31 de Outubro, há uma conversa no TBA que procura ser um encontro para análise do processo e deste formato híbrido entre o digital e o presencial.

IN LOCO consiste na criação de uma plataforma online através da qual se acede a objectos artísticos feitos para vários locais do país, formando uma mancha alargada que pretende abranger todo o território de Portugal Continental. Cada objecto é criado na relação específica com um lugar, sendo a sua forma de apresentação sempre virtual. Através da plataforma digital, acede-se a cada objecto artístico utilizando o telemóvel no local exacto onde nasceu cada peça, numa experiência que é simultaneamente física e virtual.
O eixo conceptual que atravessa todas as obras criadas é a ideia de pedra. Em Lisboa estarão disponíveis 5 obras, criadas por 5 artistas: a criadora e performer Ana Gil, o investigador Apolo de Carvalho, o grupo de arquitectos Os Espacialistas, o artista e fotógrafo Pedro Tropa e a artista plástica e performer Susana Mendes Silva. Este conjunto de participantes vem ao TBA no dia 31 de Outubro para falar sobre o projecto.

 

Progrma Digital
A partir de 10 Outubro
Artes Performativas

 

Conversa
31 Outubro
terça 18h30
Sala Principal
Entrada livre (sujeita à lotação) mediante levantamento prévio de bilhete a partir das 15h (máximo de dois bilhetes por pessoa)
Duração 90 min.

 

BIO

A Terceira Pessoa é uma estrutura que desenvolve projectos artísticos, com especial enfoque nas artes performativas e dos cruzamentos disciplinares.
Abrangendo públicos de várias faixas etárias e de meios socioculturais diversos, a Terceira Pessoa constrói um projecto de aproximação da comunidade aos territórios culturais da sua zona, bem como de outros locais do país e de promoção de uma troca entre o património local e as linguagens contemporâneas.

 

ARTISTAS E LOCAIS

Ana Gil  - Lisboa,TBA; Arcos de Valdevez; Seia e VN Famalicão
Andreia C. Faria - VN Famalicão e Porto
Apolo de Carvalho - Lisboa, TBA e coimbra
Catarina Mourão - Idanha-a-Nova e Caminha
Diogo Martins - Fundão e Castelo Branco
Os Espacialistas - Lisboa, TBA e Castelo Branco
Isabel Costa - Idanha-a-Nova e Montemor-o-Novo
João Leitão - Arcos de Valdevez e Portalegre
Márcia Lança - Fundão e Beja
Maria Leonardo Cabrita - Évora, Pó de Vir a Ser e Leiria
Marta Sales - Arcos de Valdevez e Santarém
Miguel-Manso - Arcos de Valdevez e Évora, Pó de Vir a Ser
Nuno Leão - Fundão, Ílhavo, VN Milfontes e Castelo Branco
Óscar Silva - Idanha-a-Nova; Alfândega da Fé; Viseu e Albufeira
Patrícia Magalhães - Idanha-a-Nova e Setúbal
Pedro Barreiro - Braga, GNRation; e Alfândega da Fé
Pedro Tropa - Lisboa, TBA e Arcos de Valdevez
Ricardo B. Marques - Covilhã e Belmonte
Ricardo Jacinto - Fundão e Leiria
Rui Dias - Braga, GNRation; e Castelo Branco
Rui Dias Monteiro  - Grândola e Belmonte
Sónia Baptista - Vila Real e Sintra
Susana Mendes Silva - Lisboa, TBA e Castelo Branco

 

Obras

Ana Gil

Às paredes confesso

Às Paredes Confesso é uma colecção de imagens, de dedicatórias de amor, de nomes inscritos em paredes, num ímpeto avassalador e apaixonado, numa tentativa de eternizar aquilo que une ou uniu duas ou mais pessoas.

 

Apolo Carvalho

A Petrificação Dos Cravos

Em Janeiro de 2023, foi inaugurado o novo Jardim da Praça do Império na presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa que afirmou e demonstrou “a vontade de manter a tradição do império, tal como os seus antecessores”.

A reabilitação do Jardim da Praça do Império, com a passagem dos brasões das ex-colónias de buxo para a pedra, num contexto de luta contra o racismo e de mobilização por reparações históricas aos indizíveis crimes que foram a ESCRAVATURA e a COLONIZAÇÃO, dos quais Portugal foi pioneiro, responde aos anseios de uma velha portugalidade que se debruça esperançosa sobre as janelas deixadas abertas, ansiando pelo retorno do fascismo e do imperialismo. 
Esta performance é um acto político contra-colonial onde a artista performer Vânia Puma, encarnando a voz dos herdeiros das lutas pela libertação em África e do 25 de Abril, conversa com as pedras. As pedras-coisa, as pedras-gente, as pedras do esmagamento, as pedras das fomes, as pedras do império, imaginando a destituição das estátuas e monumentos espectrais, perspectivando e perspectivando o seu retorno ao chão, à terra, à rocha, à vida num contínuo gesto de destruição colectivas. É a partir do coração do império, de “dentro da barriga da besta” moribunda, que a voz de um corpo-mulher-negra, de carne e osso, (re)surge, para provocar um singularidade espaço temporal  onde dá uma supernova. Da alquimia entre os fragmentos sedimentares metamórficos magmáticos anuncia-se então, um apocalipse: O futuro será Djulangi ou não será. 

 

Os Espacialistas

Os Rudistas

“A superfície mais apaixonante da terra é o rosto humano.”
Georg Lichtenberg

O conjunto de 33 personas, que dão cara a esta obra, nasceu do contacto directo que mantemos diariamente com a pedra calcária, Lioz Abancado de Pêro Pinheiro, que reveste todo o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, onde estamos presentes grande parte dos nossos dias. Neste espaço, a pedra é a grande imagem, a pele profunda que se apresenta ao corpo na forma de um grande maciço rochoso, onde à medida que entramos, descobrimos uma cidade-forte, uma grande escultura habitada com ruas, praças e jardins a céu aberto.

Em busca da natureza arqueológica do rosto à flor da pedra, Os Espacialistas apresentam 33 pareidolias peripatéticas e faltas de memória, geolocalizáveis no espaço dos pés do Centro Cultural de Belém. Esta colecção de (sur)faces rudistas resulta de uma recolha agrícola de natureza arqueológica, livre e consciente de que aquilo que que vemos é o que nos olha e que pensamento que vale é aquele que anda, respira, mistura e faz aparecer. Este projecto passa-se num espaço-tempo arquitectónico onde o exterior-interior se confunde, e a profundidade maior encontra-se à superfície da imagem enquanto pedra.

Os Rudistas são um estilo.
Os Espacialistas são Rudistas.

 

Pedro Tropa

Rose

som produz desenho que produz som
Rose é o título destes três fragmentos sonoros aos quais empreguei o mesmo princípio, projectando as ideias do desenho às ondas e ciclos electroacústicos e vice-versa.
Parti também da cor rosa (marmorizada) das pedras e dos rochedos do Jbel Toubkal, no Alto Atlas marroquino. Que forte influência no seu estado de equilíbrio e intangibilidade!

Pedro Tropa

 

Susana Mendes Silva

Ana

Susana Mendes Silva, artista plástica, performer e professora cujo trabalho integra uma componente de investigação e de prática arquivística, criou uma obra que pretende tornar visível uma pessoa muito especial num ponto a meio do percurso entre duas ruas na freguesia de Alvalade, a Rua Branca de Gonta Colaço e a Rua Jorge Colaço.

 

Ficha Técnica

Concepção e direcção artística Ana Gil, Nuno Leão e Óscar Silva
Criação Colectiva - Artistas Ana Gil, Nuno Leão, Óscar Silva, Andreia C. Faria, Apolo de Carvalho, Catarina Mourão, Diogo Martins, Os Espacialistas, Isabel Costa, João Leitão, Maria Leonardo Cabrita, Márcia Lança, Marta Sales, Miguel-Manso, Patrícia Magalhães, Pedro Barreiro, Pedro Tropa, Ricardo B. Marques, Ricardo Jacinto, Rui Dias, Rui Dias Monteiro, Sónia Baptista e Susana Mendes Silva
Artistas no concelho de Lisboa Ana Gil, Apolo de Carvalho, Os Espacialistas, Pedro Tropa e Susana Mendes Silva
Criação da plataforma online e apoio multimédia Carlos Diogo
Design gráfico Cátia Santos
Produção executiva Rita Boavida
Gestão de projecto Bruno Esteves
Comunicação e assessoria de imprensa Rita Bonifácio | Paris, Texas
Produção Terceira Pessoa - Associação
Co-produção Teatro do Bairro Alto, Centro Cultural Raiano (Idanha-a-Nova), Casa das Artes de Arcos de Valdevez
Apoios Município de Castelo Branco, Município do Fundão, Pó de vir a ser (Évora), GNRation (Braga),  Município de Belmonte, Município de Grândola, Município de Alfândega da Fé
Financiamento Direcção Geral das Artes / República Portuguesa – Cultura