Museu Nacional Grão Vasco: o primeiro ano dos próximos 100

Museu Nacional Grão Vasco: o primeiro ano dos próximos 100
Fotografia: D.R.

O ano de 2016 foi de comemoração para o Museu Nacional Grão Vasco. O programa do centenário foi rico e variado, à medida de um museu que obteve em 2015 o estatuto de nacional que há muito reclamava e há mais tempo merecia. O ano que agora começa é o primeiro dos próximos 100, um ano de desafios para o diretor do museu, Agostinho Ribeiro.

A “contemporaneidade” é o mais importante, quanto à programação. “Sendo um museu com 100 anos, estamos a pensar no presente e na contemporaneidade. Não descuraremos a matéria fundamental que dá razão de ser ao museu, o nosso património, mas vamos sobretudo apontar para os jovens, menos jovens, viseenses, de fora de Viseu, nacionais e internacionais, artistas e gente que dá o seu contributo contemporâneo para a promoção e produção artística nos diversos níveis”, aponta o responsável.

Para isso, é preciso captar o interesse do público, em especial de quem vive na cidade. “Se tivermos um museu que não faz nada, as pessoas vêm cá uma vez e não voltam. O que queremos que as pessoas venham recorrentemente: se hoje vêm ver uma exposição permanente, amanhã vêm ver uma exposição temporária, e depois vêm a um concerto, à apresentação de um livro, a uma conferência, etc.”, revela Agostinho Ribeiro. Para o diretor, a aposta tem outra vantagem: as próprias entidades de fora começam a pensar que os seus interesses passam também pelo museu.

A falta de recursos humanos é outro dos desafios para 2017. Agostinho Ribeiro precisa de uma equipa maior. “Atualmente as coisas fazem-se, mas com muito esforço, com uma dedicação extrema. Em agosto tivemos mesmo que fechar à hora de almoço. A Direção-Geral do Património Cultural está atenta e a tentar colmatar estas dificuldades. E brevemente vamos resolver o problema”, garante.

O Museu nacional Grão Vasco está também a promover trabalhos de recuperação do edifício, em especial nas fachadas exteriores e na climatização do piso superior. No ano que agora começa há ainda que “reformular o discurso”, diz Agostinho Ribeiro, “porque com o passar dos anos também há que fazer atualizações”.

Em 2016 o Grão Vasco foi, entre os museus do Estado, o que registou o maior aumento do número de visitantes no primeiro semestre, cerca de 57 mil, um crescimento de 47 por cento face ao mesmo período de 2015. Em ano de centenário, o objetivo foi alcançar – e até superar – os 100 mil, mas os dados finais ainda não são conhecidos.