MAPS entra na reta final com vozes diversas

MAPS entra na reta final com vozes diversas
Foto: DR

Das vozes de união de um colectivo à escuta activa numa biblioteca humana, foram vários os eventos que marcaram os últimos dias da 7.ª edição da MAPS – Mostra de Artes Performativas de Setúbal de 2025, que decorre até amanhã.

 

Na noite de ontem, a histórica sala da União Setubalense foi palco de “Vozes da União”, um espectáculo do Colectivo de Cantilhares, que esgotou a lotação da sala e emocionou o público com uma performance carregada de força, memória e urgência.

 

Através do canto, da palavra e da presença, o colectivo conduziu os espectadores por um percurso de luta, resistência e esperança, inspirado nas suas vivências e intervenções em contextos comunitários.

 

Com um trabalho comprometido com causas actuais como a justiça social e a igualdade, o Colectivo de Cantilhares fez da actuação um verdadeiro acto de alerta, união e transformação.

 

Já esta manhã, foi a Praça de Bocage a transformar-se num espaço sensorial e de empatia, com a realização do passeio sensorial “Na Pele do Outro”, promovido pelo projecto Setúbal Act & Eco.

 

Concebido por Marisol Carmelino, este percurso imersivo convidou a população a ouvir testemunhos de exclusão e discriminação de uma pessoa cega, de um imigrante recém-chegado a um país, de uma criança em situação de pobreza, de uma mulher vítima de violência doméstica, de uma pessoa com doença mental e de uma jovem negra.

 

A coordenação e logística ficaram a cargo de Jéssica Rosa, o vídeo e fotografia de João Pedro Cardoso, e o marketing e comunicação de Sofia Sousa.

 

Em simultâneo, realizou-se a actividade “Biblioteca Humana”, igualmente promovida pelo Setúbal Act & Eco. Neste momento de escuta activa e partilha informal, os “livros” foram pessoas reais que partilharam as suas experiências de vida, identidade e criação.

 

Os “livros humanos” desta edição foram a poetisa Alexandrina Pereira, o fotógrafo e professor Pedro Soares, a animadora sociocultural Rita Santos e o músico e artista João Mota.

 

“Na Pele do Outro” e “Biblioteca Humano” são apoiados no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, Comunidades em Acção, candidatura OIL – Operação Integrada Local na União das Freguesias de Setúbal, Coesão Socio-Territorial Através das Margens.

 

Hoje, às 21h30, o espaço A Gráfica – Centro de Criação Artística acolhe a performance “Entre o Sonho e a Realidade Onde Me Sento”, da coreógrafa e performer PINY, um solo íntimo que convoca memórias, deslocações e identidade, cruzando dança, som e palavra.

 

Amanhã, último dia da sétima edição da MAPS – Mostra de Artes Performativas de Setúbal, a programação inspirada no tema “Diversidade” do evento organizado pela Câmara Municipal reserva mais cinco propostas artísticas que ocupam ruas e largos do espaço público setubalense.

 

Na Baixa, a partir das 10h00, a loja SMS – See My Style recebe a exposição “Dar Cor à Vida”, do projecto “Palavras que Ferem VS Palavras que Curam”, o qual usa a arte enquanto convite a uma reflexão sobre o poder da linguagem enquanto meio de prevenção da dor emocional.

 

Segue-se, às 10h15, o percurso performático “Sem Muros nem Ameias”, a partir do Largo Defensores da República, numa reflexão sobre o lugar que o corpo e memória ocupam na cidade, num mosaico em que manifestações artísticas individuais se uniram num acto colectivo para um espaço de encontro.

 

A iniciativa, com direcção artística de Leonardo Silva, é uma acção do “Sem Muros nem Ameias”, do projecto PO.VOAR, apoiado no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, Comunidades em Acção, candidatura OIL – Operação Integrada Local na União das Freguesias de Setúbal, Coesão Socio-territorial Através das Margens.

 

Às 10h30, o Largo da Misericórdia recebe a performance de Patrícia Paixão “Restos de Oblação”, um acto reivindicativo, de denúncia, como um ritual ou uma oração, apresentado num contínuo sem um princípio, meio ou fim, numa repetição/loop em tempo real.

 

Mais tarde, às 12h30, “Ensaio para Humanidade”, dinamizado pelo colectivo Resina 2.0, apresenta-se no Largo da Ribeira Velha para uma celebração poética sobre laços que unem a comunidade em tempos de isolamento e de pressa, num convite para ensaiar um mundo com mais humanidade.

 

O encerramento da MAPS 2025 está marcado para as 21h30, no Largo de Jesus, com o concerto/performance “Jardim Humano”, uma criação da Associação Setúbal Voz que marca o encontro de grandes árias de ópera com histórias de vida extraordinárias contadas na primeira pessoa.

 

“Jardim Humano” é também um projecto artístico apoiado no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, Comunidades em Acção, candidatura OIL – Operação Integrada Local na União das Freguesias de Setúbal, Coesão Socio-territorial Através das Margens.

 

A MAPS 2025 está a decorrer desde o dia 10, com uma programação intensa que afirma a arte como instrumento de cidadania e transformação social, em que o território ocupa lugar de destaque e se revela um palco dedicado à liberdade, à criação artística e à participação comunitária.