FICLO conta com seis estreias nacionais, cinema ao ar livre e retrospectivas

FICLO conta com seis estreias nacionais, cinema ao ar livre e retrospectivas

O FICLO - Festival Internacional de Cinema e Literatura de Olhão está de volta para a sua segunda edição. Entre 15 e 21 de Julho, o Algarve serve de casa para o primeiro festival de cinema a voltar às salas depois do período de confinamento imposto pela pandemia. A programação inclui 6 estreias nacionais, um ciclo de clássicos do cinema italiano, uma retrospectiva sobre a obra do cineasta espanhol Albert Serra e actividades paralelas que completam o quadro de ligações entre a literatura e a sétima arte. No total serão 28 filmes a serem exibidos no Auditório Municipal de Olhão, Algarcine e República 14. Novidade este ano são as sessões de cinema ao ar livre a decorrerem todos os dias pelas 21h30. 

Destaque especial para a competição internacional que integra, este ano, nove obras de produção recente propondo diferentes narrativas em torno da ideia da viagem, enquanto espaço de descoberta do eu. Partida com os infinitos espelhos reflectidos na personalidade dividida de Sofia Garay em The Good Girls, de Alejandra Márques Abella, passagem por Fortress, de Ludovica Andò e Emiliano Aiello, uma adaptação para o grande ecrã de Deserto dos Tártaros de Dino Buzzati. Paragens ainda em There was a Little Ship, de Marion Hänsel, Out Stealing Horses, de Hans Petter Moland, nos contos de fadas de Adoration, de Fabrice du Welz, e em Valley of Souls de Nicolás Rincón Gille, filmes em estreia nos cinemas nacionais. Espaço ainda para revisitar Campo, de Tiago Hespanha, ele que estará em Olhão também a realizar uma residência de escrita de argumento, que culminará com uma leitura encenada por Rogério de Carvalho, e A Longa Noite, de do galego Eloy Enciso, I Do Not Care if we go down in History as Barbarians, de Radu Jude.

O FICLO vai ainda realizar um foco especial na obra do realizador espanhol Albert Serra, fazendo uma retrospectiva integral da sua obra. Começando por Honor de Cavalleria (2006), livremente inspirada nos personagens principais de El Quijote de Miguel de Cervantes; El Cant dels Ocells (2008), que vai beber à Bíblia; Historia de la meva mort (2013), com foco em Casanova e Drácula; La Mort de Louis XIV (2016) que se inspira nas Memórias de Saint Simon ou o seu último filme Liberté (2019). A completar a programação de cinema, olhar especial para o cinema italiano, com um selecção transversal a tocar algumas das mais emblemáticas obras da sétima arte do país. Com propostas de Rossellini, Antonioni, Visconti e Pasolini, a programação pretende traçar uma rota por alguns dos mais relevantes movimentos literários do pós-guerra e do século XX. Viaggio in Italia (1954), Paisà (1946), Morte a Venezia (1971), L’avventura (1960) e La trilogia della vita serão algumas das propostas para ver em Olhão a partir desta semana.

Fora da tela, o FICLO vai ainda instalar uma livraria no Mercado das Frutas e Legumes de Olhão, que reafirma o lugar da literatura como produto de primeira necessidade. Para além dos livros de teoria do cinema, esta livraria conta com títulos de literatura e ensaio, muitos dos quais se inspiram ou baseiam nos filmes que compõem a programação do Festival. O programa do evento propõe ainda passeios fílmicos em parceria com a Love Tuk Olhão, assim como caminhadas performativos desenvolvidas pelos artistas Isadora Alves e Bruno Humberto. A completar o calendário de actividades paralelas serão ainda organizadas conversas com realizadores e masterclasses. 

A programação completa, assim como as informações sobre reservas e preços de bilhetes podem ser consultadas no site do evento em www.ficlo.pt