Festival Islâmico de Mértola apresenta Hammam & Casa de Chá

Festival Islâmico de Mértola apresenta Hammam & Casa de Chá
Fotografia: D.R.

O Festival Islâmico de Mértola, organizado pelo Município de Mértola, torna-se palco da apresentação do novo Hammam e Casa de Chá situado no centro histórico de Mértola. Com inauguração prevista para Outubro, mas com a Casa de Chá já em funcionamento, durante os dias 18 e 21 do festival vai ser possível conhecer em antemão o espaço reabilitado (Casa Cor-de-Rosa) e desfrutar das várias iniciativas disponíveis como oficinas de cosmética natural, yoga facial, remédios e “mézinhas”, a uma experiência gastronómica pela chef Sahima Hajat, vencedora do Masterchef 2023.

Sobre o conceito

Os Hammam’s e as Casas de Chá são parte integrante da cultura islâmica. Entende-se por Hammam, um espaço de banhos e rituais que se acreditam purificantes tanto de corpo como de alma. Uma visita a este local é um ritual que está presente em vários momentos importantes da vida nesta cultura. Aqui o banhista irá limpar o seu corpo e mente da forma que se acredita mais profunda, passando por diversas salas com distintas temperaturas, bem como uma sauna húmida que o fará suar e abrir os poros para que possa libertar todas as impurezas acumuladas no seu interior, que posteriormente através da esfoliação intensa serão eliminadas em definitivo.

Associado ao ritual de Hammam está sempre o chá, pois é parte integrante do mesmo. No final dos banhos e terapias inerentes, o banhista terá de repor os seus líquidos perdidos durante o ritual através dos chás.

O consumo do chá pela população da região do Norte de África acredita-se centenária. Para os árabes, o Salão de Chá é um local de receber convidados, relaxar e socializar. A toma do chá envolve todo um ritual de preparação e consumo, sendo muito importante a forma como é servido. Também a louça é parte essencial no ritual, o chá deve ser preparado em bule metálico e, posteriormente, servido em copos devidamente decorados. É importante ter em conta que cada chá deve ter a sua louça, faz parte do ritual. Para os árabes, o chá é um símbolo de hospitalidade, boas-vindas e sociabilidade, devendo sempre causar boa impressão aos convidados e deve ser acompanhado de doces típicos.

Para os islâmicos, a hospitalidade é muito importante e o dever de bem receber é habitualmente bastante respeitado. A qualquer convidado, familiar ou amigo que visite uma casa islâmica é-lhe oferecido comida e bebida para que aprecie e se sinta como em sua casa e são colocados na mesa pratos com muitas variedades para que os seus gostos sejam sempre agradados. Os momentos das refeições são nesta cultura verdadeiros rituais que representam comunicação, hospitalidade e encontro familiar. A variedade e a fartura são parte da rotina e a mesa cheia e devidamente decorada serve para homenagear os convidados.

De raízes milenares, a cozinha árabe ensina-nos técnicas e ensinamentos de como lidar com o produto com respeito, cada ingrediente, tempero e ou bebida. Desde a época mesopotâmica esta é uma culinária com forte personalidade que se reflete na atual gastronomia árabe. As suas especialidades vão desde a confeitaria aos pratos principais, sem esquecer o típico pão. Tal como a cozinha portuguesa, a cozinha árabe é mediterrânica, baseada em muitos dos ingredientes que por cá se utilizam, com bases bastante semelhantes, respeito pela sazonalidade dos produtos, uso de verduras e legumes frescos e qualidade das proteínas, apenas com a diferença no uso e manuseio de alguns dos ingredientes.