Esteves sem Metafísica edita álbum de estreia “de.bu.te.”

Esteves sem Metafísica edita álbum de estreia “de.bu.te.”
Foto: DR

Já se encontra disponível “de.bu.te.”, o primeiro álbum de Esteves sem Metafísica — projecto musical da escritora e poeta Teresa Esteves da Fonseca. O disco é o culminar de cinco anos de composição, experimentação e maturação artística, e apresenta-se como um gesto inaugural, íntimo e sem concessões, no qual a palavra, a emoção e a liberdade se cruzam numa linguagem sonora única.

 

Produzido por Sebastião Macedo (Príncipe), “de.bu.te.” resulta de uma colaboração profundamente intuitiva entre artista e produtor. “A escolha do Sebastião foi clara desde o início — era fã da música dele. Ele entendeu a minha linguagem, potenciou-a, e levou-a a sítios que eu não imaginava”, partilha Teresa. Ao longo do disco, a produção revela-se como extensão natural da escrita, abrindo espaço para atmosferas texturais, dinâmicas e emocionalmente envolventes.

 

Musicalmente, o álbum habita o território do indie pop e da pop alternativa, mas evita categorias fáceis. As influências vão de Beatles a Andrew Lloyd Webber, passando por Isaac Albéniz, Samuel Úria, Bach, o fado e o cancioneiro tradicional português. Trata-se de um registo profundamente ecléctico e intencional, onde a escuta demorada e a procura do essencial sobressaem sobre qualquer estética passageira.

 

A componente lírica assume um papel central. Herdeira da sua formação literária e do seu percurso na poesia (é autora do livro “A morte não tem pátria”, 2023), Teresa Esteves da Fonseca constrói neste disco um corpo poético onde se inscrevem as suas vivências enquanto mulher, ser espiritual e corpo em transformação. “Falo do desejo e da promessa, do vício e da glória, da alma e da carne. Tento sempre escrever com verdade — mesmo que isso implique despir-me da vergonha ou do auto-preconceito.”

 

O álbum foi precedido pelo single “sóbria”, lançado a 22 de Maio, descrito como “um hino à juventude inconsequente” e o ponto de partida do percurso musical da artista. Com quadras simples e atmosfera etérea, “sóbria” revelou-se a faixa mais acessível do disco — e, simultaneamente, o seu primeiro impulso criativo.

 

“de.bu.te.” é um disco que não se apressa, nem se explica em demasia. É uma proposta que se constrói na escuta atenta, onde cada faixa se revela como fragmento de uma identidade artística em afirmação. Um primeiro passo seguro, lírico e visceral, de uma voz que chegou para ficar.

 

O álbum conta com o apoio da Fundação GDA e já se encontra disponível em todas as plataformas digitais.

 

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