Dressing Room de Lígia Soares estreia a 4 de Dezembro na Escola do Largo, Lisboa
Espectáculo propõe um olhar provocador sobre a forma como a arte se relaciona com as dinâmicas de poder, consumo e desejo
Dressing Room, o novo espectáculo a solo de Lígia Soares, estreia no dia 4 de Dezembro na Escola do Largo, em Lisboa, com apresentações de 4 a 7 e de 11 a 14 de Dezembro de 2025. Nesta nova criação, a artista convida o público a reflectir sobre as contradições entre arte, consumo e ética, questionando o próprio sentido da performance e da representação contemporânea.
Em Dressing Room, a cena é dominada por um único elemento de luxo: o vestido que a actriz enverga, cuja aquisição representou a principal fatia do orçamento do espectáculo. A partir deste gesto deliberado, Lígia Soares constrói uma narrativa crítica e irónica sobre o valor simbólico dos objectos e sobre o custo, material e moral, da criação artística. O espectáculo confronta o público com a viabilidade ética de um artigo de luxo, interrogando até que ponto é possível conjugar a estética e o engajamento político, o entretenimento e a consciência social, a escolha e a contemplação.
Entre a realidade e a ficção, o gesto político e a ironia, Dressing Room procura expor as tensões que atravessam o próprio acto de fazer teatro: o que significa hoje representar, criar e comunicar? O que é, afinal, um espectáculo, e para que serve?
Esta é a mais recente peça da coreógrafa e dramaturga Lígia Soares, autora de "Romance", "Cinderela", "Civilização", "Memorial" ou, mais recentemente, "A Minha Vitória Como Ginasta de Alta Competição".
Dressing Room é uma produção apoiada pela GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas, pela Câmara Municipal de Lisboa, pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela GDArtes.
Sobre Lígia Soares
Coreógrafa e dramaturga portuguesa residente em Lisboa. Estudou dança, mas desde 1999 o seu trabalho transita entre as disciplinas da dança, teatro e performance. O seu trabalho tem sido apresentado nacional e internacionalmente (Portugal, Brasil, Alemanha, França, Noruega, Holanda, Bélgica, Sérvia, Croácia, entre outros). Entre 2001 e 2014 foi directora artística de Máquina Agradável. Desenvolveu vários contextos de programação com outros artistas como o Demimonde, ou o Face-a-Face. Na sequência de trabalhos como "Romance" (2015), "O Ato da Primavera" (2017), "Turning Backs" (2016), "Jogo de Lençóis" (2019) prossegue uma pesquisa em dispositivos cénicos inclusivos da presença do espectador como elemento constituinte da dramaturgia do espectáculo, incorporando ou substituindo o próprio papel de performer. Entre várias parcerias artísticas destaca as suas criações com Miguel Castro Caldas criando "Sabotage" e "Se Eu Vivesse Tu Morrias"; Paula Diogo "O Palácio", Rita Vilhena "The Lung" e "Turning Backs", Sónia Baptista "Memorial" ou Rafaela Santos e Amarelo Silvestre "Desempenho", Teatro Meia Volta "Professar" ou Henrique Furtado Vieira "Morrer Pelos Passarinhos". É mentora em diversos programas de escrita para cena e colabora regularmente como dramaturga em projectos de dança e teatro. Escreveu também para companhias como Cem Palcos, Escola de Mulheres, entre outras. As suas peças "Romance", "Cinderela", "Civilização", "Memorial" e "A Minha Vitória Como Ginasta de Alta Competição" estão editadas pela Douda Correria. Recebeu a bolsa de criação artística e literária da DGLAB em 2019.