Doenças do couro cabeludo: quais as mais comuns e que tratamentos deve fazer?

Doenças do couro cabeludo: quais as mais comuns e que tratamentos deve fazer?
(Bennie Lukas / Pexels)

Pela sua exposição constante aos elementos e a produtos químicos, o couro cabeludo é uma das partes do nosso corpo mais sensíveis e dadas a doenças que, na maior parte dos casos, nos podem passar ao lado até que se tornem verdadeiramente graves.

Dermatite seborreica diz-lhe alguma coisa? Este é o nome clínico dado à caspa, uma das doenças mais recorrentes do couro cabeludo, mas há mais. Ao longo deste artigo vamos dar-lhe a conhecer não só as doenças mais comuns do couro cabeludo, mas também a forma de se prevenir e, em casos em que a doença já está instalada, quais os tratamentos indicados.

Doenças mais comuns do couro cabeludo: prevenção e tratamentos

• Dermatite seborreica

A dermatite seborreica, seborreia ou, mais comummente, a caspa é a doença do couro cabeludo mais prevalente em Portugal. Esta doença do couro cabeludo pode adoptar duas formas: caspa seca ou caspa oleosa.

A primeira, causa seca, e pode ser causada por champôs com uma composição química mais agressiva ou água com grande teor de calcário, enquanto a caspa oleosa é provocada pela produção em excesso de sebo pelas glândulas sebáceas do couro cabeludo e pela proliferação excessiva da Pityrosporum ovale, uma levedura microscópica que habita os folículos capilares e que acaba por causar inflamação e descamação da pele.

Para além da descamação, a caspa pode ainda provocar uma incómoda comichão (prurido) que acaba por agravar os sintomas de inflamação.

Recomenda-se que, para o tratamento da caspa, utilize um champô suave anticaspa como o Ducray Kelual DS que, além de ajudá-lo a dizer adeus à caspa, alivia o seu couro cabeludo seco dos sintomas de irritação.

Se, devido à gravidade da situação, tiver que realizar um tratamento, os dermatologistas poderão recomendar-lhe a utilização combinada de um champô esfoliante e de um agente antifúngico que irá ajudar a eliminar os fungos que estão a ser responsáveis pela inflamação. Para além deste tipo de tratamento, poderão ser-lhe prescritas loções antifúngicas ou até medicamentação à base de esteroides.

• Foliculite

Apesar de a maior causa de foliculite ser a bactéria Staphylococcus aureus (estafilococos), esta também pode ser de origem fúngica ou viral e provoca, normalmente, a inflamação dos folículos pilosos deixando o couro cabeludo vermelho. Para além da inflamação do couro cabeludo, a foliculite pode provocar comichão e até dar origem à formação de pequenas bolhas de pus.

Para prevenir o aparecimento da foliculite, recomenda-se que, entre outras coisas, mantenha a sua pele limpa, seca e livre de escoriações, utilize produtos suaves de day care e mantenha a pele hidratada.

Quando a foliculite é leve, por norma não terá de fazer qualquer tipo de tratamento, uma vez que ela se curará sozinha. Nos casos mais graves, e dependendo do tipo de infeção, o tratamento pode passar pelo recurso a antibióticos aplicados localmente ou por via oral. Se a foliculite evoluir e acabar por formar furúnculos, poderá ser necessário recorrer a uma drenagem cirúrgica.

• Psoríase

Tabagismo, obesidade, alcoolismo, stress físico ou emocional, infeções bacterianas ou víricas, hereditariedade, traumatismos ou até alguns fármacos podem provocar a psoríase, uma doença que atinge todo o corpo, inclusive, o couro cabeludo.

Quando a psoríase em placa (o tipo mais comum) manifesta-se no couro cabeludo, formam-se placas avermelhadas de contornos bem definidos que acabam por descamar e vem acompanhada de prurido.

O tratamento da psoríase pode passar, mediante a extensão e intensidade da doença, pela prescrição de cremes, pomadas, medicamentos de toma oral ou intravenosa à base de corticoides, análogos da vitamina D, ácido salicílico ou tratamentos de fototerapia.

• Pitiríase

De origem fúngica, a pitiríase provoca prurido, descamação do couro cabeludo e, em casos mais graves, até a queda de cabelo (temporária). Os fungos que acabam por causar a pitiríase surgem quando, entre outras coisas, existe uma alteração do pH do couro cabeludo, sudorese excessiva (suor) e stress.

A melhor forma de prevenir o aparecimento de pitiríase é manter a sua pele o mais hidratada possível e utilizar sempre protetor solar, uma vez que esta doença de pele começa por se manifestar em outras zonas do corpo antes de atingir o couro cabeludo. Se for diagnosticado com pitiríase, o tratamento passa por utilizar cremes hidratantes e champôs à base de sulfato de selênio.

• Alopecia

A genética (fator importante), dermatites ou doenças autoimunes são as grandes causas do aparecimento da tão temível alopecia que leva à queda de cabelo. O principal sintoma da alopecia é a perda de mais de uma centena de fios de cabelo por dia.

Nos casos em que a alopecia é de origem genética, não existe uma verdadeira forma de prevenção, mas ainda assim uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes, evitar apanhar os cabelos durante muito tempo e não utilizar produtos químicos vai ajudar a que mantenha os fios de cabelo mais saudáveis durante mais tempo.

Com excepção da alopecia areata, esta doença tem cura e o tratamento deve ser sempre acompanhado por um dermatologista. Entre os tratamentos mais utilizados estão: medicamentos orais ou tópicos, loções e suplementos alimentares.

Para além destes tratamentos, poderá ainda ser realizada a microperfuração do couro cabeludo de modo a permitir que vitaminas e nutrientes penetrem mais facilmente o couro cabeludo, aplicação de luz infravermelha para a estimulação da formação e crescimento do bulbo capilar ou, em casos mais graves, o transplante capilar.