Como o crédito em Portugal está a adaptar-se à era digital

Como o crédito em Portugal está a adaptar-se à era digital
Fotografia: (iStock/Pexels)

A banca tem estado a atravessar uma fase de transformação absolutamente revolucionária.

À medida que o mundo se vai conectando cada vez mais a nível digital, também o setor financeiro procura adaptar-se o mais rapidamente possível, de forma a espelhar as mais recentes inovações em matéria tecnológica.

Este artigo irá explorar essa mesma transformação, a par da evolução digital a que o crédito em Portugal tem estado a sujeitar-se para acompanhar as novas tendências.

Infraestruturas e transformação digitais

Os bancos portugueses têm vindo a investir cada vez mais em infraestruturas de Tecnologias da Informação (TI) e em iniciativas de transformação digital; em contrapartida, os seus objetivos consistem em:

● Ajustar as estruturas operacionais;

● Automatizar processos;

● Melhorar a relação com os clientes;

● Expandir a oferta de produtos e serviços;

● Dar prioridade à eficiência;

● Aumentar a rentabilidade.

O progresso da banca móvel

A banca móvel (ou mobile banking, originalmente) já ultrapassou em larga escala a banca online (ou online banking); à medida que as necessidades dos consumidores evoluem, as instituições bancárias focam-se cada vez mais na construção e consequente melhoria de aplicações móveis.

Estas apps não só oferecem um superior nível de conveniência, como fazem também com que bancos e financeiras aumentem o seu volume de negócios sem que tenham de incrementar os custos associados.

A banca móvel substitui-se ao sistema bancário tradicional ao fornecer mecanismos automatizados que beneficiam tanto os próprios bancos, como os consumidores.

As cisões associadas ao domínio do digita

É impossível discutir digitalização sem ter igualmente em conta determinados fenómenos sociais como a infoexclusão.

A substituição repentina de pontos de contacto humanos por máquinas coloca desafios substanciais, particularmente quando segmentos da sociedade se digladiam para se manterem ao ritmo desta transição digital.

Preocupações com a cibersegurança

Com o crescimento digital, também o risco de ataques informáticos aumenta consideravelmente; a proliferação de ligações digitais acaba por proporcionar novos pontos de entrada para potenciais piratas informáticos (ou hackers, como são também conhecidos).

As instituições bancárias e financeiras devem, como tal, dar prioridade à cibersegurança, de modo a conseguirem efetivamente proteger as suas mais-valias e manter a confiança dos consumidores.

Atualmente, as ameaças à banca passaram de assaltos à mão armada presenciais e rebentamento de caixas automáticos à fraude digital através do roubo de informação pessoal com recurso, precisamente, a mecanismos digitais como mensagens de texto via telemóvel e e-mails com hiperligações perigosas em nome dos próprios bancos, algo que, na grande maioria das vezes, deixa os clientes confusos em relação à sua legitimidade, podendo acabar por ser burlados.

Alterações climáticas e inovação

Os bancos estão neste momento a ser confrontados com os desafios inerentes às alterações climáticas e às ramificações geopolíticas que daí advêm; por exemplo, a União Europeia espera vir a atingir o objetivo de reduzir as emissões de gases que contribuem para o efeito de estufa em 55% até 2030, o que requer investimentos significativos.

Os bancos que se recusam a encarar a realidade de que é necessário aprimorar o seu desempenho energético são marginalizados pelo mercado.

Além do mais, investir na sustentabilidade implica que as instituições bancárias mantenham informação relativa à avaliação de risco de alta qualidade que seja facilmente comparável e económica.

O setor bancário na era pós-pandemia

A pandemia de COVID-19 acabou por, ainda que inesperadamente, fazer as vezes de um catalisador para a transformação digital do setor financeiro.

Os bancos perceberam já que não podem depender exclusivamente de estratégias anacrónicas no que toca aos seus projetos digitais – muito pelo contrário, deverão focar-se nas rápidas inovação e humanização das experiências digitais que proporcionam aos respetivos clientes.

Mais ainda, a alteração comportamental registada entre consumidores, quando combinada com um incremento da literacia digital entre os jovens, levou a banca tradicional a repensar a sua abordagem.

Contornar os obstáculos colocados perante a banca digital

São inúmeros os desafios que, entretanto, surgiram no horizonte bancário:

● Segurança

À medida que a banca online vai proliferando, conquistar a confiança do consumidor é fundamental.
As instituições financeiras desempenham um papel preponderante na melhoria da literacia digital, de modo a impedirem que os seus clientes sejam vítimas de atos criminosos como burlas.

● Questões técnicas

Os consumidores contam atualmente com serviços ininterruptos a qualquer hora e em qualquer lugar, pelo que os bancos devem assegurar que as suas plataformas são estáveis e eficientes.

● Relações institucionais personalizadas

Existe uma forte necessidade de equilibrar a eficácia das transações online com a prestação de serviços personalizados como aconselhamento financeiro.

● A mutação do panorama bancário

A ascensão de tecnológicas financeiras (fintechs) e neobancos (ou neobanks) veio intensificar a concorrência; os bancos tradicionais podem aproveitar o seu potencial em matéria de conhecimento da legislação para fomentarem parcerias com estas novas alternativas no que toca ao robustecimento dos mecanismos de segurança digital.

Em conclusão

A era digital constitui-se como um período tanto de oportunidades, como de desafios relativamente à concessão de crédito em Portugal.

As instituições financeiras que procurarem estrategicamente suplantar estes mesmos desafios assumirão a liderança da transformação digital.

O foco deverá estar na criação de operações eficazes e de experiências excecionais, embora mantendo um toque de humanidade neste crescente domínio digital.

O futuro da banca está no equilíbrio perfeito entre a proeza tecnológica e o toque humano.