O Brasil em Portugal, antes de nos vir tocar o mar.

O Brasil em Portugal, antes de nos vir tocar o mar.
Foto: DR

Nas próximas semanas, o Teatro Oficina propõe-nos diversos momentos de contacto com os universos teatral e humano sempre a ligar-nos entre a partida e o destino. A artista internacional Janaina Leite (actriz, directora, dramaturga) é a primeira protagonista destes momentos de encontro, nos quais contaremos igualmente com a bailarina e coreógrafa Gaya de Medeiros e actriz vimaranense Rebeca Cunha.

 

Sob a direcção artística de Bruno dos Reis, director artístico do Teatro Oficina convidado para o biénio 2025-2026, a companhia continua assim a sua aposta diversificada em vários vectores de actuação, priorizando o diálogo e a descoberta, e propondo-se a trabalhar o tecido regional a partir de Guimarães com intervenções e objectivos que giram em torno de eixos nacionais e internacionais.

 

 

Começando os próximos passos desta jornada na companhia da artista internacional Janaina Leite, a própria prepara-se para espoletar vários momentos em torno da sua obra, tomando variados formatos como masterclasses, palestras ou performances.

 

 

O programa "Criação Crítica", com versão redimensionada de forma a envolver o tecido internacional na criação nacional e regional, conta com Janaina Leite (actriz, directora, dramaturga e pós-doutoranda pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo) como primeira artista internacional convidada a residir em Guimarães durante duas semanas, sendo a mesma desafiada a acompanhar duas residências artísticas, cujos resultados teremos oportunidade de conhecer no regime de ensaios abertos. 

 

O primeiro momento de ensaios abertos abrirá a janela aberta ao público no sábado 28 de Junho, às 21h00, no Espaço Oficina (Avenida D. João IV, 1213 Cave, Guimarães). Em "Guide the tour", Keli Freitas questiona-se sobre a possibilidade de realizar visitas guiadas aos lugares mais significativos da história de pessoas comuns, tentando inverter a lógica do turismo convencional, oferecendo o protagonismo ao invisível do quotidiano. Logo de seguida, teremos a oportunidade de assistir ao ensaio aberto "Sem Anexo", de Ricardo Pinho e Daniela Silva, onde um casal verdadeiro interpreta uma vida de casal, questionando "até onde vai o absurdo da performatividade das relações que mantemos". E nessa performance, a violência será consequência ou premissa?

 

Por sua vez, o ensaio aberto "Monstre", de Ana Fonseca, apresentar-se-á na quinta 3 de julho, também às 21h00, na Fábrica ASA (Estrada Nacional 105, R. de Covas, Guimarães). A partir da obra literária de Paul B. Preciado, acompanharemos a tensão entre vida e ficção de um ser causada pelas fronteiras de género, o espaço íntimo e público, e tudo o que o vai transgredindo.

 

 O Teatro é uma forma de ver, mas também é uma forma de nos vermos uns aos outros. Nesta proposta do Teatro Oficina, em conjunto com a equipa da Educação e Mediação Cultural d'A Oficina, serão levados artistas a jantar em casa de um vimaranense, que oferecerá o jantar e convidará quem quiser. E o artista, em retorno, oferecerá uma mostra do seu trabalho, os métodos da sua criação, e o mais que lhe conseguirem pedir. À mesa, a encenação será do anfitrião. A ver se um dia destes ainda nos encontramos todos no palco. Os habitantes de Guimarães poderão obter mais informações e candidatar a própria casa para um dos próximos momentos de "Ensaios de mesa", consultando e preenchendo o formulário online disponível AQUI

Após um primeiro momento com Luís Araújo, a partir do projecto "Comer gelados com a testa", o "Sem Rede" estará de volta na quarta-feira 2 de julho, às 21h00, na Associação Os 20 Arautos (R. Gravador Molarinho 13A, Guimarães) com a palestra-performance de Gaya de Medeiros, a partir do espectáculo "Pai para jantar". Gaya de Medeiros traz-nos uma reflexão a partir do seu espectáculo que mais voltas levou desde a sua primeira estreia. "Pai para jantar" é uma obra que teve já vários intérpretes, muitas versões e outras tantas adendas. Não podendo classificar nem umas nem outras como mais falhadas ou mais acertadas, tentar-se-á, apesar disso, perceber o que terá sido a pulsão para a mudança. 

 

 O programa de leituras tem um novo episódio a 15 de julho, às 21h00, no Pátio da Casa da Memória, com Rebeca Cunha a protagonizar um momento em torno de "Cais Oeste", de Bernard-Marie Koltés. A terceira sessão do programa de leituras convida-nos assim a mergulhar no trabalho do dramaturgo francês, uma escolha de Rebeca Cunha, intérprete que conhece A Oficina desde a mais tenra idade. O texto em questão, “Cais Oeste”, coloca em jogo a incomunicabilidade entre diferentes classes de uma mesma sociedade, desde a migrante à mais poderosa, enclausuradas num barracão. Para se dar melhor ar a um problema tão antigo quanto actual, seremos assim todos convidados a sentar ao ar livre, no Pátio da Casa da Memória. 

 

A participação nestas várias propostas é gratuita, com inscrição prévia online recomendada AQUI, onde pode ser descoberta a informação completa sobre toda a programação, incluindo condições de reservas e candidaturas, sendo igualmente possível acompanhar tudo isto nas respectivas redes sociais da companhia.