Artes tradicionais vimaranenses viajam para a actualidade de mãos dadas com o pensamento e a inovação

Artes tradicionais vimaranenses viajam para a actualidade de mãos dadas com o pensamento e a inovação
Fotografia: D.R.

Em outubro, artes ancestrais vimaranenses como o Bordado de Guimarães e a Cantarinha dos Namorados de Guimarães são transportadas para a atualidade com boas doses de inovação, pensamento e mãos à obra como combustível, percorrendo um caminho que também nos evidencia que há “Gestos que Contam” através de uma exposição que inaugura este mês. 
Conversa com Cecília Lages inspirada no Bordado de Guimarães e na sua simbologia — a presença do feminino na cultura do trabalho e igualdade laboral – no âmbito da Bolsa de Incentivo à Criação MICA, e Oficina de Olaria “Histórias de Cântaros e Cantarinhas” com Maria Fernanda Braga decorrem na Casa da Memória de Guimarães e exposição é inaugurada na Loja Oficina.

A Bolsa de Incentivo à Criação MICA – Mudança e Intervenção Criativa em Artesanato surge para apoiar projetos artísticos em torno do saber-fazer e das técnicas de execução das artes ancestrais vimaranenses, dando lugar à inovação e pensamento sobre o lugar do artesanato na atualidade. Durante o mês de outubro, a ilustradora e designer Cecília Lages (Hey CECILIA!) irá desenvolver o seu projeto de criação inspirado no Bordado de Guimarães e na sua simbologia — a presença do feminino na cultura do trabalho e igualdade laboral que, ainda hoje, é necessário lembrar. Este será, também, o fio condutor da conversa que terá lugar na Casa da Memória a 15 de outubro, sábado, às 15h, com a artista em residência Cecília Lages no centro e Catarina Pereira na moderação. A entrada para a conversa é gratuita e acessível a todas as idades. 

Na Loja Oficina, a partir de 22 de outubro, há “Gestos que contam” um carinho inesperado. Outros contam a história de uma vida inteira. Um gesto inúmeras vezes repetido por Justina, ficou gravado, carinhosamente, na memória auditiva de Fátima, desde os seus quatro anos de idade. “Gestos que Contam” é um programa de exposições – inauguração da próxima acontece a 10 de dezembro – que tem como desafio dar sentido a obras à margem dos campos artísticos e normativos das produções artesanais, mas que são sinais de resistência ao matraquear quotidiano das máquinas do Vale do Ave profundo. A inauguração desta exposição, que integra uma instalação de Miguel Lima e bordado de Maria de Fátima Magalhães, está marcada para as 17h de sábado, sendo a entrada gratuita. Esta exposição poderá ser regularmente visitada na Loja Oficina de segunda a sábado, entre as 11h00 e as 18h00, encerrando aos domingos e feriados.

De volta à Casa da Memória, o dia 23, às 11h, convida a percorrer uma tradição feita de barro e de histórias, a olaria vimaranense, no regresso dos já tradicionais Domingos na Casa. Conduzidos pela oleira Maria Fernanda Braga e inspirados pela Cantarinha dos Namorados, os mais novos têm a oportunidade de fazer parte das “Histórias de Cântaros e Cantarinhas”, a oficina em que se molda o barro vermelho na roda de oleiro, enquanto as mãos na água e a água no barro e o barro na mão fazem nascer pequenas peças que podem ser ornamentadas com mica branca polvilhada. Depois, é só aguardar algumas horas pela cozedura. Esta oficina de olaria é dirigida a maiores de 6 anos de idade e tem o custo de 2 euros mediante inscrição prévia através do e-mail mediacaocultural@aoficina.pt ou do tlf. 253 424 716.