Alkantara festival no Teatro do Bairro Alto
O Alkantara Festival regressa ao TBA com uma nova criação O Elefante no Meio da Sala de Vânia Doutel Vaz e as estreias nacionais de The Divine Cypher de Ana Pi e de Out of the Blue de Silke Huysmans & Hannes Dereere. Num esforço conjunto entre as instituições, todos os espetáculos dispõem de valências de acessibilidade.
Ana Pi - The Divine Cypher
The Divine Cypher é uma viagem que percorre corpos, volta atrás no tempo e explora lugares imaginários. Colocando-se na intersecção da imagem e do movimento, da fragilidade e do equilíbrio, Ana Pi propõe um processo de investigação política e poética sensível, baseado nos movimentos sagrados do Haiti.
Para este novo trabalho, a artista convida-nos para uma grande conversa sonhada e dançada com a cineasta experimental Maya Deren. Durante os anos 1940, Deren estudou a cultura haitiana, as suas danças e práticas de vudu e o seu património. Mais de 80 anos depois, Ana Pi procura ecos com as imagens e arquivos deixados pela cineasta. Numa viagem conduzida por uma curiosidade feroz, The Divine Cypher convoca-nos a contemplar, a refletir, a permutar, tecendo os movimentos imaginários do passado nos sonhos do futuro.
Ana Pi é coreógrafa e artista visual, investigadora de danças afrodiaspóricas e urbanas, bailarina extemporânea e pedagoga. As suas práticas tecem-se através do ato da viagem e a sua obra situa-se entre as noções de trânsito, deslocamento, pertença, sobreposição, memória, cores e gestos comuns.
12 a 13 novembro
sábado e domingo 19h
12 eur
Sala Principal
Duração 80 min. (o espetáculo inclui uma conversa com o público)
M/12
ACESSIBILIDADE
Com audiodescrição no dia 13 novembro
Silke Huysmans & Hannes Dereere - Out of the Blue
“Sabemos mais sobre a superfície da lua do que sobre o fundo do mar.” Ouve-se muitas vezes esta afirmação quando se fala das profundezas do oceano. Depois seus aclamados espetáculos Mining Stories (apresentado no Festival Verão Azul em 2019) e Pleasant Island (apresentado no Festival Materiais Diversos em 2019), Silke Huysmans e Hannes Dereere apresentam a última parte da sua trilogia sobre mineração. Desta vez, concentram-se numa indústria completamente nova: a mineração em águas profundas. Com os recursos terrestres cada vez mais escassos e sobreexplorados, as empresas mineiras voltam-se para o oceano.
Na primavera de 2021, três navios reúnem-se numa zona remota do Oceano Pacífico. A partir do seu pequeno apartamento em Bruxelas, Silke e Hannes ligam-se aos três navios via satélite. Cada um dos navios representa um pilar do debate público: indústria, ciência e ativismo. Através de uma série de entrevistas e conversas, surge um retrato íntimo desta nova indústria. O espetáculo é uma tentativa de registar um momento potencialmente fulcral na história da Terra.
O registo documental e polifónico de Silke Huysmans e Hannes Dereere parte de situações sociais, políticas e ecológicas concretas, eventos ou lugares que refletem temas globais mais amplos. Subjacente ao seu trabalho está uma extensa pesquisa de campo que utilizam para dar forma aos seus projetos. Silke Huysmans estudou teatro na KASK School of Arts em Gent e Hannes Dereere estudou ciências do teatro na Universidade de Gent. A dupla sediada em Bruxelas cria as suas performances fazendo uso de uma prática investigativa que recorre tanto a ferramentas jornalísticas e documentais quanto a técnicas teatrais.
17 e 18 novembro
quinta e sexta 21h
12 eur.
Sala Principal
Em inglês e neerlandês
Duração 60 min.
M/12
ACESSIBILIDADE
Espetáculo com legendagem em português
Vânia Doutel Vaz - O Elefante no Meio da Sala
A expressão “há um elefante no meio da sala” sugere a ideia de que na presença de um elemento óbvio este possa ser ignorado. Elefantes que trago comigo, elefantes que o público traz consigo e ainda aqueles que surgem na relação entre observantes e sujeitos a uma observação. Então o que há aqui que não ousamos dizer ou com que somos incapazes de lidar? E sendo esse elefante fragmentado e plural, entre tanta gente aqui, quantas possibilidades poderão surgir?
Ver, sentir, ignorar, desviar e então ver outra coisa, tocar outra coisa, dançar por distintas matérias geram aqui uma atenção e prática em direção a alternativas. Questiona-se e viabiliza-se o que ali poderá estar.
Multiplicidade em oscilação, possibilidades em resiliência.
Cada pessoa ou ciência, cada experiência ou teoria tentarão definir o que aqui está ou surgirá. Ainda assim, e por isso, tanto irá escapar.
Estas são questões que pulsam n’O Elefante no Meio da Sala e com as quais elefantes habitam e dialogam.
Vânia Doutel Vaz é angolana nascida em Setúbal, em 1985. Estudou ballet e dança moderna dos 5 aos 18 anos. Desde então trabalha como intérprete e criadora de dança e colabora com companhias de teatro e outros projetos no apoio ao movimento.
25 a 27 novembro
sexta a domingo 21h
12 eur.
Sala Principal
M/12