Adeus ou até já

Adeus ou até já
Fotografia: José Frade

Festas de Lisboa: tradição e modernidade

As Festas de Lisboa realizaram-se pela primeira vez, e de forma oficial, em 1932, mas só em 1934 a Câmara Municipal de Lisboa começou a organizar estes festejos que preservam a tradição popular da cidade, em especial as Marchas – a manifestação mais antiga, que na cidade remontará ao século XVIII –, os Casamentos de Santo António, os Arraiais e o Fado. Hoje, as Festas são um evento de referência também nas expressões culturais mais contemporâneas, com um programa várias vezes premiado e distinguido.

No mês das noites quentes, duas das maiores fadistas da atualidade vão atuar no monumento mais visitado de Portugal, o Castelo de São Jorge. Carminho no dia 16, Ana Moura no dia 18. Pelo meio, um concerto de José Manuel Neto, considerado o mais brilhante guitarrista de fado do momento. A “Música para todos os gostos e feitios!” propõe ainda, entre outros espetáculos, Amor Electro e David Carreira, dias 18 e 19 de junho na Alameda da Universidade de Lisboa, e os “Sons d’Água”, a 15 e 29, no Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras: a guitarra acústica de Diogo Clemente, as percussões de Miroca Paris e o violoncelo, clarinete e flauta de Sandra Martins vão tocar um repertório que é uma ode à língua portuguesa – Carlos Paredes, Zeca Afonso, B.leza e Chico Buarque – e que promete “outras surpresas”.

A história encerra a 1 de julho, quando os Buraka Som Sistema subirem ao palco do Jardim da Torre de Belém para se despedirem por tem- po indeterminado. A tarde desse dia vai começar pelas 17:00 horas com um concerto de DJ´s de Angola, África do Sul e Portugal, antes da música eletrónica dos peruanos Dengue Dengue Dengue, seguida de um baile funk comandado pelo brasileiro MC Bin Laden. Duas horas depois, ao fim de dez anos e mais de 800 concertos, a banda que toca o mundo vai encerrar a digressão musical naquela que a EGEAC promete ser “a maior festa do ano”. Branko, Riot, Kalaf, Conductor e Blaya voltam à cidade onde tudo começou para recordar êxitos como Yah, Sound of Kuduro, Aqui para Vocês ou Hangover num espetáculo de entrada livre marcado pela multiculturalidade que o grupo representa e que as Festas de Lisboa querem promover. O Globaile, assim se chama o festival desse dia, vai ter ainda um espaço dedicado a food trucks (carrinhas móveis com comida) e uma exposição das dez melhores fotografias da banda.

O resto é o de sempre, reinventado a cada ano. Mais de 80 barcos de cruzeiro vão participar na regata Sails of Lisbon, no pôr-do-sol de 9 de junho, e no dia 18 dezenas de canoas, faluas, varinos e botes vão celebrar o Dia da Marinha do Tejo no Cais das Colunas. A Marcha Popular do Bairro do Boavista vai participar pela primeira vez no aguardado desfile de 12 de junho, a partir das 21:00 horas, na Avenida da Liberdade, que conta ainda com a Marcha Popular de Portimão e a Dança do Dragão da Lo Leong Sport General Association de Macau. Por essa altura já os novos casais de Santo António, que deram o nó pela manhã, deverão andar nos bailes e arraiais a dançar e a provar a sardinha – a mais cara das últimas duas décadas –, isto se ainda não tiverem partido para a lua-de-mel.