2.ª edição do INDEX - Bienal de Arte e Tecnologia arranca em Braga

Mai 15, 2024 - 18:00 Atualizado: Mai 15, 2024 - 14:13

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2.ª edição do INDEX - Bienal de Arte e Tecnologia arranca em Braga

Foto: ©Adriano Ferreira Borges

Até 19 de Maio, sob o conceito de “Coexistência”, contam-se cerca de 50 propostas artísticas através dos eixos Performance, Pensamento, Exposição e Mediação, que se estendem por vários espaços da capital do Minho e no online.

A Bienal de Arte e Tecnologia traz uma vasta programação construída a partir do conceito de “Coexistência” para reflectir acerca da relação entre tecnologia, democracia e liberdade, no ano em que se celebra o 50.º aniversário do 25 de Abril.

Espectáculos, conferências, exposições e actividades de mediação e participação compõem o alinhamento de cerca de meia centena de propostas artísticas que se prolongam, sobretudo, por diversas plataformas culturais e históricas de Braga, eleita Cidade Criativa da UNESCO no domínio das Media Arts: Theatro Circo, gnration, Mosteiro de Tibães, Museu Nogueira da Silva e Galeria do Paço - Reitoria da Universidade do Minho.

A abertura do INDEX deu-se na quinta-feira, dia 9, no Theatro Circo, com o live set de “ultratronics”, o mais recente trabalho discográfico do japonês Ryoji Ikeda, “se calhar, o artista digital mais mediático dos nossos dias”, como pontua o director artístico da bienal, Luís Fernandes, também responsável por um dos quatro eixos desta edição (Performance), que, em 2024, tem a co curadoria de Liliana Coutinho (Pensamento), Mariana Pestana (Exposição) e Sara Borges (Mediação).

Ainda no programa performático e no Theatro Circo, Lawrence Abu Hamdan (na bienal, apresenta três trabalhos) – vencedor do Turner Prize, um dos principais prémios de arte contemporânea – apresenta a conferência-performance “Air Pressure”, resultado do preciso registo áudio deste artista e académico de aeronaves que violaram o espaço aéreo de Beirute, de Maio de 2020 a Maio de 2021 (dia 10); o projecto audiovisual colaborativo SYNSPECIES, que junta o designer e músico espanhol Elías Merino e o artista media esloveno Tadej Droljc, e explora superstições, mitos e contos populares, bem como as realidades do funcionamento da natureza, entre outros conceitos, em “ASBU” (dia 11); e a “ODE ao INDEX”, que, desta vez, une a Orquestra de Dispositivos Electrónicos aos alunos da Berklee College of Music de Valência (dia 17). No gnration, a 18 de Maio, duas propostas a não perder: a sinergia entre a dupla dmstfctn e Evita Manji em “Waluigi’s Purgatory”, que coloca os espectadores dentro de um teatro 3D com personagens animadas em tempo real através da captura de movimentos faciais e da modulação da voz; e o espectáculo audiovisual de um dos pontas de lança da editora Hyperdub, Kode9, “Escapology”.

Na Bienal de Arte e Tecnologia, a dimensão artística liga-se à do pensamento pelo olhar de pensadores, especialistas e activistas. Com a missão de activar a atenção e a imaginação, “persistindo na possibilidade de criar modos de coexistência que nos permitam viver na liberdade que conserva o espaço de inventar mundos comuns”, este eixo inaugura, no gnration, com o encontro entre a fundadora e directora do Disruption Network Lab de Berlim, Tatiana Bazzichelli, e a artista, investigadora e professora Joana Moll, em “Arte como evidência: quando a arte encontra a denúncia”, moderada por Liliana Coutinho (dia 10). No mesmo espaço cultural bracarense, seguem-se “Paisagens sonoras de conflito”, com Lawrence Abu Hamdan e Lendl Barcelos, e “Relações Interespécies”, com Bjørnstjerne (SUPERFLEX), Ricardo Gomes (KWY.studio) e Inês Pereira Rodrigues (ambas no dia 11); “Espirais sónicas temporais”, com Steve Goodman (Kode9) e Manuel Bogalheiro (dia 17); e “A floresta como tecnologia ancestral: um encontro com a literatura indígena”, com Ellen Lima Wassu, e “Coexistência Planetária”, com Sénamé Koffi Agbodjinou (ambas no dia 18). A invadir o universo online, em indexmediaarts, estão as conversas “Os media, a democracia e a cidade”, com Amílcar Correia, Bárbara Seco de Barros, Hugo Nicolau e Vítor Carvalho (dia 13); “Tecnologia e esfera pública: que coexistências?”, com Gustavo Cardoso, Nikolas Leontopoulos e Paulo Pena (dia 14); “Convivências Humano-Artificiais”, com Nestor Pestana e Filipa Correia (dia 15); e “Ecologias da coexistência”, com Frédéric Neyrat e Teresa Castro.

Os 11 dias da segunda edição do INDEX são representados também por um programa expositivo espalhado pela cidade, com os valores da Revolução dos Cravos em mente, do qual se destacam as mostras “Advice Well Taken”, de Dasha Ilina, “Hardly Working”, de Total Refusal, “Hevea Act 6: An Elastic Continuum”, de Bethan Hughes, “Stranger to the Trees”, de Kat Austen, e “Unknown Label”, de Nicolas Gourault, no gnration; “45th Parallel” e “Rubber Coated Steel”, de Lawrence Abu Hamdan, e “Empire’s Island”, de Jonas Staal, no Theatro Circo; “Arquivista IA: Antologia de Franciscos Francos”, de Nestor Pestana, “My Want of You Partakes of Me”, de Sasha Litvintseva e Beny Wagner, “Online Culture Wars” e “The Persuadables”, do colectivo DISNOVATION, e “Supra-Memento”, de Luísa Tormenta, na Galeria do Paço - Reitoria da Universidade do Minho; “Archiving Machines”, de Alexa Szekeres e Remi Kuforiji, no Museu Nogueira da Silva; e “Fish Cube”, de SUPERFLEX e KWY.studio, e “The Future Light Cone”, de Kyriaki Goni, no Mosteiro de Tibães.

Mediação é o eixo que volta a servir de impulso para diferentes formas de contacto entre o público e a programação. Aos fins-de-semana, as actividades são asseguradas pelo Circuito - Serviço Educativo Braga Media Arts e, à semelhança do ano anterior, organiza visitas orientadas às exposições, conduzidas pela artista e mediadora Joana Patrão (dias 11, 12, 18 e 19). O programa oferece ainda uma oficina de cariz prático, “O Circuito vai ao INDEX”, direccionada a crianças e famílias, que parte do tema da Coexistência para inspirar o pensamento criativo e a expressão artística nos mais novos, com a mediadora Marta Pombeiro (gnration, dias 11 e 18), uma masterclass conduzida pelo projecto SYNSPECIES, que apresenta os principais conceitos por detrás da sua imagética audiovisual (gnration, dia 11), e o “Arquivista IA: workshop”, orientado pelo artista Nestor Pestana, onde os participantes criam uma escultura digital utilizando inteligência artificial (online, dia 12).

Para o eixo Performance, os bilhetes dos espectáculos custam entre os 5€ e os 30€, e podem ser adquiridos no Theatro Circo, no gnration, em pontos de venda BOL e online. Na Mediação, a oficina “O Circuito vai ao INDEX” 3€ (criança) e 4€ (adulto), e a masterclass “Processo de Composição em SYNSPECIES” 5€ (bilhetes em circuitobma). As visitas orientadas ao programa expositivo da bienal são gratuitas (inscrição pelo e-mail circuito@bragamediaarts.com), assim como o workshop online de Nestor Pestana (inscrição pelo e-mail info@bragamediaarts.com). Os programas ligados aos eixos Pensamento e Exposição têm entrada livre.

O INDEX é uma iniciativa da Braga Media Arts, no âmbito do plano de acção de Braga enquanto Cidade Criativa da UNESCO para as Media Arts, promovida pela empresa municipal Teatro Circo de Braga, EM SA. Conta ainda com o apoio do Município de Braga e integra o programa das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

De 9 a 19 de Maio, com o conceito de Coexistência a envolver toda a programação, a 2.ª Bienal de Arte e Tecnologia dialoga e reflecte sobre as questões emergentes que compreendem estas áreas e a sua relação com os valores da democracia e da liberdade.

Agenda

16/05, quinta-feira

Vários locais: Programa Expositivo

10:00: Visitas orientadas às escolas (Serviço Educativo)

21:30, online: Conversa Teresa Castro e Frédéric Neyrat (Conferências)

17/05, sexta-feira

Vários locais: Programa Expositivo

10:00: Visitas orientadas às escolas (Serviço Educativo)

18:00-19:00, gnration: Steve Goodman + Manuel Bogalheiro (Conferências)

21:30, Theatro Circo (PA): ODE + Berklee College of Music (Performativo)

18/05, sábado

Vários locais: Programa Expositivo