Volta a Portugal – Edição Especial 2020, de Fafe a Lisboa são nove dias de Volta

Volta a Portugal – Edição Especial 2020, de Fafe a Lisboa são nove dias de Volta
A edição de 2020 da Volta a Portugal começa em Fafe, no dia 27 de Setembro, e termina em Lisboa, no dia 5 de Outubro. Entre a “sala de visitas do Minho” e a capital do país, o pelotão vai percorrer 1183,9 quilómetros, distribuídos por um prólogo e oito etapas.
 
Tudo começa com uma luta contra o cronómetro, um prólogo de 7 quilómetros, em Fafe. Os contrarrelogistas, os homens que aspiram à camisola amarela final e os velocistas que se adaptam a contra-relógios curtos são os principais candidatos na jornada inaugural.
 
A primeira etapa é a mais longa da competição, fazendo uma travessia de este para oeste, ligando, numa viagem de 180 quilómetros, o transmontano concelho de Montalegre, terra-natal de Acácio da Silva, ao monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo. A meta, coincidente com um prémio de montanha de terceira categoria, promete emoção, num local em que os favoritos à geral têm de estar na frente, embora, por vezes, haja sprinters que aguentam o ritmo e conseguem desfeiteá-los.
 
A segunda etapa é uma das tiradas decisivas. Começa em Paredes e termina, depois de ultrapassados 167 quilómetros, no monte Farinha, junto à ermida de Nossa Senhora da Graça, em Mondim de Basto. A subida para a meta, de primeira categoria, é antecedida por duas montanhas de quarta categoria, Rebordosa (km 11,6) e Velão (km 110,7), e duas de primeira, serra do Marão (km 96) e Barreiro (km 131,7).
 
Os velocistas deverão ter uma oportunidade no final dos 171,9 quilómetros da terceira etapa, entre Felgueiras e Viseu. Segue-se mais uma jornada provavelmente determinante para as contas da classificação geral. A tirada número quatro tem apenas 148 quilómetros, mas vai provar que a distância não é tudo. Os corredores partem da Guarda para chegarem ao ponto mais alto de Portugal Continental, a Torre. A meta, coincidente com um prémio de montanha de categoria especial, será alcançada pela vertente que muitos consideram a mais exigente da serra da Estrela, a subida de 20,2 quilómetros desde a Covilhã, com passagem pelas Penhas da Saúde. A escalada de segunda categoria nas Penhas Douradas (km 72,5) e a subida de terceira categoria em Sarzedo (km 111) completam a ementa montanhosa do dia.
 
A quinta etapa dará nova hipótese de vitória aos sprinters, isto se houver equipas com interesse em pegar na corrida para impedir uma fuga de vingar. A partida será em Oliveira do Hospital, um dos concelhos mais assíduos no itinerário da Volta na última década, e a chegada em Águeda, terra de bicicletas e importante pólo da indústria velocipédica portuguesa. A viagem de 176,3 quilómetros tem outro momento simbólico, quando a caravana passar junto ao Centro de Alto Rendimento de Anadia, em Sangalhos, a menos de 20 quilómetros do final.
 
O cinquentenário da primeira vitória de Joaquim Agostinho na Volta a Portugal será comemorado na sexta etapa da corrida, um périplo de 155 quilómetros na região Oeste, entre as Caldas da Rainha e Torres Vedras. O terreno ondulado e o vento, que muitas vezes se sente naquele território, vão exigir atenção redobrada a quem pretenda manter intactas as aspirações à conquista da Volta.
 
Loures, onde a República foi declarada um dia antes do resto do país, a 4 de Outubro de 1910, assinala a efeméride com o arranque da sétima etapa, que terminará em Setúbal, ao cabo de 161 quilómetros. A meta, na Avenida Luísa Todi, é um belo cenário para uma chegada ao sprint, mas a subida de segunda categoria na Arrábida, a 13,4 quilómetros da chegada, é um convite às movimentações dos candidatos à vitória na Volta a Portugal. Em 2017, com um final de corrida semelhante a este, logo na primeira etapa, ficou encontrado o restrito lote de candidatos à vitória final.
 
No dia em que se celebram oficialmente 110 anos da Implantação da República Portuguesa, Lisboa vai coroar o vencedor da Volta a Portugal de 2020. O dono da camisola amarela será encontrado no final do contra-relógio de 17,7 quilómetros, que parte da Avenida Ribeira das Naus para chegar na Praça do Comércio, depois de percorridas algumas das artérias mais simbólicas da zona ribeirinha e da baixa da cidade.
Percurso
27 de Setembro – Prólogo: Fafe – Fafe, 7 km (CRI)
28 de Setembro – 1.ª Etapa: Montalegre – Santa Luzia (Viana do Castelo), 180 km
29 de Setembro – 2.ª Etapa: Paredes – Senhora da Graça (Mondim de Basto), 167 km
30 de Setembro – 3.ª Etapa: Felgueiras – Viseu, 171,9 km
1 de Outubro – 4.ª Etapa: Guarda – Torre (Covilhã), 148 km
2 de Outubro – 5.ª Etapa: Oliveira do Hospital – Águeda, 176,3 km
3 de Outubro – 6.ª Etapa: Caldas da Rainha – Torres Vedras, 155 km
4 de Outubro – 7.ª Etapa: Loures – Setúbal, 161 km
5 de Outubro: 8.ª Etapa: Lisboa – Lisboa, 17,7 km (CRI)
 
Números
3 etapas com final em montanha: Santa Luzia, em Viana do Castelo, terceira categoria, Senhora da Graça, em Mondim de Basto, primeira categoria, e Torre (Covilhã), categoria especial.
 
17 contagens de montanha: 1 de categoria especial, 3 de primeira categoria, 3 de segunda, 4 de terceira e 6 de quarta
 
24,7 quilómetros de contra-relógio: 7 no prólogo e 17,7 na oitava e última etapa
 
180 quilómetros: distância da etapa mais longa, a primeira
 
1183,9 quilómetros: distância total a percorrer ao longo de um prólogo e oito etapas