Nenúfar-amarelo do Baixo Mondego com mais protecção

Nenúfar-amarelo do Baixo Mondego com mais protecção
O nenúfar-amarelo do Baixo Mondego ganhou, recentemente, mais um aliado de peso com vista à sua protecção. No Poço da Cal, em Montemor-o-Velho, um dos poucos exemplares desta planta no vale do Mondego tem agora uma barreira de protecção à sua volta capaz de a defender de outras invasoras aquáticas.
 
Visivelmente satisfeito, o presidente da Câmara Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, congratulou-se “pela criação de uma espécie de ilha de protecção do nenúfar-amarelo do Baixo Mondego”, sendo “a primeira iniciativa ao nível do país a utilizar barreiras flutuantes contra as espécies invasoras”. A acompanhar de perto a colocação das barreiras, o edil montemorense esclareceu ainda que “a intervenção está integrada no projecto FloraReply, financiado pelo Fundo Ambiental, sendo dinamizado pela CIM Região de Coimbra e com a parceira da Escola Superior Agrária de Coimbra”.
 
Esta planta, que, de acordo com Jael Palhas, investigador do Centro de Ecologia Funcional do Polo da Escola Agrária de Coimbra, “era comum no Baixo Mondego todo”, tem vindo a desaparecer, estando no Poço da Cal “o último indivíduo desta espécie em todo o Vale do Mondego”. O esforço para que o nenúfar-amarelo não desapareça do Baixo Mondego já se traduziu, “este ano, com a replantação no Choupal, no paul de Arzila, no paul do Taipal, e com a propagação para tanques de cultivo na Escola Agrária de Coimbra, nos jardins botânicos de Coimbra e do Porto”.
 
“É de saudar o esforço enorme que a Câmara Municipal de Montemor-o-Velho tem vindo a desenvolver para proteger o nenúfar-amarelo do Baixo Mondego”, reforçou. A barreira flutuante agora colocada vai não só proteger a planta ameaçada, mas também, conforme explicou Jael Palhas, “possibilitar, simultaneamente, a entrada de luz na água, sendo um respiradouro no rio que vai permitir também a sobrevivência de outras espécies que dependem da entrada de luz na água”.
 
Recorda-se que as acções iniciais do projecto decorrem durante o mês de Novembro nos municípios de Cantanhede, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mira, Montemor-o-Velho e Soure e visam a erradicar as espécies invasoras, a propagação de várias espécies, destacando-se, a título de exemplo, a espécie estaque-do-baixo-mondego (Stachys palustris). De momento, a nível nacional, apenas se conseguem encontrar exemplares nos municípios de Montemor-o-Velho e Coimbra.