Barlos vai colocar o artesanato barcelense a dialogar com outras linguagens contemporâneas

Barlos vai colocar o artesanato barcelense a dialogar com outras linguagens contemporâneas
Fotografia: D.R.

A arte e ofício da olaria é um dos mais distintivos traços da identidade cultural de Barcelos. Representativamente resumido na figura do galo que é a sua espécie de imagem de marca, o figurado de Barcelos assume-se, dentro e fora de portas, como um dos mais sui generis produtos artesanais do país. Numa altura em que a sua preservação e continuidade enfrentam o desafio do envelhecimento dos seus mestres, o BARLOS pretende criar novos espaços de diálogo entre esta prática e outras linguagens e expressões artísticas contemporâneas. A ter lugar durante do dia 24 de setembro, ao longo de todo o dia, o evento vai ocupar o Centro Comercial Barlos com oficinas, música, conversas, exposições e espectáculos de criação. 

O dia arranca com uma oficina de olaria orientada pelos irmãos Baraça, uma das mais conceituadas e tradicionais famílias do universo do artesanato de Barcelos. A oficina durará três horas e é destinada a pessoas interessadas em olaria e figurado, com idades compreendidas entre os 18 e os 70 anos de idade. 
No plano das conversas, a sala 4 do Centro Comercial Barlos, receberá duas mesas redondas: O feminino no figurado Barcelense, com participações de Ana Mariz, Angélica Lima Cruz e Inês Calisto Machado e moderação de Cláudia Milhazes; e Artesanato e linguagens contemporâneas com intervenções de António Ramalho, Júlio Dolbeth e Rita Frutuoso e moderação de Guilherme Braga Cruz. No campo das artes plásticas, será possível visitar uma exposição dedicada ao projeto Partir, dos ilustradores Júlio Dolbeth e Mariana, a Miserável, assim como a exposição WOC, com os resulatdos dos workshops de olaria e cerâmica. Numa vertente mais performativa, será ainda apresentado o trabalho audiovisual de Ana Mariz em torno da obra de Rosa Ramalho, Vaca de seis patas - Um passeio pela história do figurado e outras histórias de transfiguração, assim como Phobos - Orquestra Robótica Disfuncional, um projeto desenvolvido pela Sonoscopia. 

Ao longo de todo o dia, será ainda possível assistir às atuações de África Negra, Ana Lua Caiano e Dj Fitz, assim como a uma arruada que apresentará as peças desenvolvidas numa oficina de criação entre a Banda Plástica de Barcelos e Henrique Apolinário. A arruada servirá ainda para mostrar os trabalhos realizados numa oficina de construção de peças de romaria orientada pelo serviço educativo do Museu de Olaria a ter lugar na semana anterior ao evento. 
O programa do Barlos completa-se com a organização de um conjunto de almoços e jantares temáticos desenvolvidos pelo Coletivo Cabidela e uma banca de artesanato de barro com participação da Associação de Artesãos do Galo e da Tasco. A lotação dos mesmos será limitada. Os menus e pré reservas serão anunciados esta semana.