Artway apresenta o Livro-Disco Ad Tenebras
Revista Descla
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MÚSICA COMPOSTA PARA A SEMANA SANTA PELA CAPELLA SANCTAE CRUCIS, COM A DIRECÇÃO DE TIAGO SIMAS FREIRE
APRESENTAÇÃO: 27 FEVEREIRO, 18H | BIBLIOTECA GERAL DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
A Artway (actor maior na gestão cultural e artística e um forte motor da música erudita portuguesa na Europa) inaugura uma colecção de Livros-disco que, materializada em volumes elegantes e cuidados, pretende oferecer uma experiência verdadeiramente única do património musical português, nomeadamente aquele hoje conservado na Universidade de Coimbra.
A apresentação vai acontecer no dia 27 de Fevereiro, às 18h, na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.
O primeiro volume, Ad Tenebras, leva-nos de música composta para a Semana Santa, muito em particular para as noites (Matinas) das Quinta-feira, Sexta-feira e Sábado Santos. Lamentações e Responsórios, muito provavelmente escritos no e para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, entre cantochão e polifonia, são aqui oferecidos pela Capella Sanctae Crucis, sob a direcção de Tiago Simas Freire.
O Livro-disco é um formato há muito ambicionado pelo projecto de investigação Mundos e Fundos da Universidade de Coimbra (Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos), enquanto produto que permite ter, lado a lado, narrativa escrita, ilustração iconográfica e concretização sonora, fruto das investigações filológica e artística em torno de manuscritos e impressos musicais. Corresponde, em pleno, à prática de uma Ciência Aberta onde os vários estádios de construção de conhecimento, científico e artístico, são agregados num objecto único, partilhado com toda a sociedade, desde a comunidade académica até ao grande público.
A CAPELLA SANCTÆ CRUCIS é um laboratório de estudo e prática musical centrado na polifonia portuguesa quinhentista e seiscentista, criado por Tiago Simas Freire em 2012. Inserido no vasto projecto multidisciplinar Mundos e Fundos do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra (CECH-UC), estabelece pontes entre a investigação e a prática musical, na busca de um resultado sonoro que reanima o valor do património musical português que permanece pouco conhecido.
Deve o seu nome à capela musical do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, centro de uma extraordinária actividade artística nomeadamente nos séculos XVI e XVII, de onde provêm as fontes musicais que constituem os principais objectos de estudo.
Trabalhando maioritariamente a partir de manuscritos inéditos conservados na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, são concebidos programas que se aproximam da riqueza do contexto original das obras. Fiel a uma abordagem filológica, formada histórica e culturalmente para lá do expresso nas fontes, a interpretação questiona e explora a textura e o equilíbrio sonoros, o discurso e o fraseado, a instrumentação e a ornamentação. O Homem actual é assim transportado, pela experiência estética, para a abertura do imaginário, passado, presente e futuro.
Apresenta-se em concerto em diversos festivais internacionais e os seus projectos são acolhidos em residências artísticas no CCR de Ambronay (EEEmerging), no Mazā Ģilde de Riga, no Festival Pavia Barrocca, na Cité de la Voix de Vézelay, na Fundação Royaumont, no CNCM Voce de Pigna e na Universidade de Coimbra, e recebe o apoio da Fundação Bullukian, da Fundação Renaud, do banco BCP, do Centre National de Musique, da DRAC Rhône-Alpes, do Programa Caixa Cultura, da Direcção Geral das Artes e da Europa Criativa.
Após o lançamento do seu primeiro álbum “Zuguambé” pela editora Harmonia Mundi, a CAPELLA SANCTÆ CRUCIS está na origem da criação de uma série de discos-livros “Mundos e Fundos” numa parceria entre a Universidade de Coimbra e a Artway Records, dedicada à redescoberta do património musical português.
Mais do que um agrupamento, é um projecto de resgate de um património musical riquíssimo e pouco conhecido. Cada concerto é uma nova descoberta de verdadeiras catedrais sonoras adormecidas nos arquivos portugueses. Cada programa é uma nova página na sua História da Música.
