Activistas prometem bloquear Refinaria da Galp em Sines
Foi hoje convocada para o próximo dia 18 de Novembro "numa das maiores acções não violentas de desobediência civil por justiça climática alguma vez feita em Portugal", referem os colectivos activistas, no comunicado onde exigem "o encerramento planeado da Refinaria da Galp, em Sines, e uma transição justa que garanta soluções para todos os trabalhadores afectados".
"A nossa casa está a arder e vamos rumo ao colapso total, guiados pelos Governos e empresas fósseis", refere Carolina Falcato, porta-voz da acção. "O número 350 é simbólico por representar, em partes por milhão, a concentração de dióxido de carbono que seria segura para a vida na terra e foi há muito ultrapassada; e porque também significa voltarmos ao pico de pessoas comprometidas e disponíveis para desobediência civil que tivemos em Portugal em 2019".
Um relatório recente do Climáximo concluiu que "de acordo com o IPCC [Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, organismo da ONU], os planos climáticos de Portugal implicam esgotar o orçamento de carbono daqui a 5 a 14 anos", o que leva Carolina a afirmar que "vamos juntas porque ou garantimos o colapso do capitalismo fóssil ou ele garante o nosso", apontando ainda o exemplo do "despedimento de centenas de pessoas para encerrar a Refinaria da Galp em Matosinhos, durante uma pandemia, para concentrar a produção em Sines".
Esta é a primeira mobilização nacional no contexto do Acordo de Glasgow - um acordo que surgiu como resposta do movimento global pela justiça climática ao que afirmam ser o "falhanço do Acordo de Paris, dos governos, das empresas e das instituições".
Realiza-se na sequência da produção de um inventário das infra-estruturas nacionais mais poluidoras do país, divulgado no início deste ano, onde a Refinaria da Galp liderava, e que revelava também ser necessário um corte de pelo menos 74% das emissões nacionais até 2030.