Zona Franca: o território livre para a experimentação da música e da dança

Zona Franca: o território livre para a experimentação da música e da dança
Foto: DR

Centro Cultural Vila Flor (A Oficina, Guimarães) com Theatro Circo e gnration (Faz Cultura, Braga) erguem ciclo que se desenrolará ao longo de 2025, com Vera Mantero e Susana Santos Silva a marcarem o primeiro momento da iniciativa, no início de Fevereiro

 

Zona Franca é o novo ciclo interdisciplinar que juntará músicos e coreógrafos num diálogo artístico e de criação entre a música e a dança. Fruto de uma parceria entre o Centro Cultural Vila Flor (A Oficina), o Theatro Circo e o gnration (Faz Cultura), Zona Franca arranca em 2025 e propõe três colaborações que se vão desenrolar entre Guimarães e Braga ao longo do ano.

 

Através de propostas artísticas e técnicas distintas, intérpretes-coreógrafos e intérpretes-músicos colocam em evidência o diálogo eloquente, contínuo e multiforme entre a música autoral e a prática coreográfica.

 

Com este ciclo, os três espaços culturais pretendem reforçar a ligação entre os territórios de Braga e Guimarães, promovendo a circulação de públicos e artistas, a criação de novos trabalhos, mas também potenciar a existência de sinergias artísticas no quadrilátero urbano.

 

Este novo ciclo interdisciplinar é o território livre onde as artes se manifestam num diálogo contínuo e multiforme. Ao longo de 2025, em Braga e Guimarães, irão ser apresentadas diferentes propostas e cruzamentos artísticos, sendo Vera Mantero e Susana Santos Silva as primeiras convidadas deste ciclo. Para Rui Torrinha (Direcção Artística CCVF e Artes Performativas d’A Oficina), este é "um grande exemplo de colaboração num território altamente criativo cuja prioridade do incentivo à criação está na linha da frente da relação entre instituições, artistas e, porque não dizê-lo, na conquista de públicos itinerantes.” Luís Fernandes, director artístico do Theatro Circo e gnration, refere que “o ciclo Zona Franca é, não apenas, entusiasmante do ponto de vista do seu potencial artístico, pelo cruzamento que promove entre performers de diferentes disciplinas, como dá um forte sinal sobre trabalho colaborativo entre instituições culturais que partilham território e públicos.

 

As primeiras protagonistas deste ciclo, a coreógrafa Vera Mantero e a trompetista Susana Santos Silva, são duas figuras de proa da arte contemporânea em Portugal. O duo encontrou-se pela primeira vez em 2022, aquando da apresentação dos solos de Mantero em Serralves. Desse encontro surge agora uma nova obra interdisciplinar, criada a partir de um projecto de improvisação sobre movimento, gestos e palavras. Esta performance é uma oportunidade rara de cruzar o imaginário artístico destas duas criadoras, ambas nomes essenciais nos seus respectivos campos artísticos. Esta nova obra estreia no GUIdance – Festival Internacional de Dança Contemporânea, em Guimarães, a 8 de Fevereiro, na Black Box do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG). A apresentação em Braga está marcada para dia 9 de Fevereiro, no gnration.

 

Coreógrafa e bailarina com quase quarenta anos de carreira, Vera Mantero é um dos nomes centrais da Nova Dança Portuguesa. Estudou dança clássica com Anna Mascolo e integrou o Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989. Como coreógrafa, apresentou as suas criações por toda a Europa, no Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Estados Unidos da América, Canadá, Singapura e Coreia do Sul. O seu trabalho tem sido reconhecido nacional e internacionalmente e, em 1999, a Culturgest organizou uma retrospectiva intitulada Mês de Março, Mês de Vera. Em 2002 venceu o Prémio Almada (IPAE/Ministério da Cultura) e em 2009 o Prémio Gulbenkian Arte pela carreira como criadora e intérprete. Representou Portugal na 26ª Bienal de São Paulo, em 2004, com "Comer o coração", criado em parceria com Rui Chafes. Desde 2000 dedica-se também ao trabalho de voz, cantando repertório de vários autores e co-criando projectos de música experimental.

 

Descrita pela Downbeat como “uma das improvisadoras mais entusiasmantes do planeta”, Susana Santos Silva é um nome central da cena jazz europeia. Com um amplo espectro de influências, que vão da música clássica e contemporânea ao jazz e à arte sonora textural, a trompetista procura expandir as possibilidades sónicas do seu instrumento e dissolver as fronteiras entre percepção, género e media. O seu terceiro álbum a solo, "All The Birds And A Telephone Ringing" (2023), foi lançado pela editora sueca Thanatosis. Para além da sua prática a solo, tem trabalhado com as bandas Impermanence e Life and Other Transient Storms, e em projectos colaborativos com Kaja Draksler, Torbjörn Zetterberg, Hampus Lindwall e Ellen Arkbro. Colaborou também com nomes como Anthony Braxton, Fred Frith, Even Parker, Joëlle Léandre, Mat Maneri, Paul Lovens, Mats Gustafsson, Lotter Ander, Sten Sandell, Catherine Christer Hennix e Hamid Drake.

 

Toda a informação relativa a estas primeiras apresentações do Zona Franca pode ser consultada em www.aoficina.pt ou em www.gnration.pt e www.theatrocirco.com.

 

Os bilhetes para a apresentação a 8 de Fevereiro no CIAJG, em Guimarães, estão disponíveis em oficina.bol.pt. Já para a apresentação de 9 de Fevereiro no gnration, em Braga, os bilhetes estão disponíveis em gnration.bol.pt ou theatrocirco.bol.pt.