Momentos de suster a respiração

Momentos de suster a respiração
Fotografia: Câmara Municipal de Lajes das Flores

De entre os fenómenos geomorfológicos com que a natureza premiou o homem, as cascatas e as quedas de água são, porventura, o mais belo e surpreendente. Formadas em rios ou riachos, montanhas ou vulcões, sublimam qual­ quer paisagem, por mais escondidas que estejam. Geral­ mente, as cascatas têm origem num rio, que em determinada secção do seu curso é menos resistente à ero­ são, o que, com o passar do tempo, leva à formação de um intervalo entre as duas partes, gerando assim uma queda de água, que tende a tornar-se cada vez maior com ao longo dos anos.

Há cascatas que se formam muito mais depressa: nas montanhas, onde, por norma, a erosão é mais rápida, o que faz com que o curso da corrente possa sofrer alterações repentinos. Noutros casos, o aparecimento é instantâneo, na sequência de terramotos muito violentos ou erupções vulcânicas.

É o que acontece, por exemplo, na Islândia, país que conta mais de 10 mil cascatas. Um outro fenómeno, não menos impressionante, acontece quando a água das chuvas ou da neve derretida, em vez de penetrar no solo, escorre directamente pela superfície e, ao encontrar um desnível, dá origem a cascatas de rara beleza cénica.

 O homem também faz quedas de água, para enfeitar jardins ou aproveitar a força hídrica, em barragens. Mas estas, por mais trabalho que dêem, nunca se comparam às naturais, que também podem estar debaixo dos nossos pés, em grutas ou rios subterrâneos. Algumas cascatas originam belas lagoas, perfeitas para um mergulho, outras são refúgio seguro para o descanso, de tão escondidas, e há ainda aquelas só acessíveis aos mais aventureiros. Este texto é uma pequena amostra incompleta desse rico e efémero património natural, destinado a acabar pela força da erosão.