"Quem cuida do jardim" de Cristina Carvalhal

A mais recente criação da Causas Comuns chega esta noite a Lisboa e dá início a uma maratona de apresentações onde se explora a possibilidade de um futuro colectivo na iminência da extinção em massa da humanidade
Até 25 de Maio, CAL – Centro de Artes de Lisboa
6 e 7 de Junho, Ponto C - Penafiel
14 de Junho, Teatro-Cine de Torres Vedras
“Pode ser o nosso fim absoluto. Pode ser o momento inaugural de uma nova forma de estar no mundo. É preciso continuar a experimentar.”
Cristina Roldão (socióloga)
O espectáculo da actriz e encenadora Cristina Carvalhal e da estrutura teatral Causas Comuns, “Quem Cuida do Jardim”, aterra hoje na capital portuguesa para a primeira de 10 apresentações.
Nesta distopia sobre os últimos dias da humanidade, em cena até 25 de Maio, no CAL – Centro de Artes de Lisboa, na Graça, procura-se rir dos padrões societários que conhecemos em busca de outros caminhos para essa praga chamada espécie humana.
Depois de plateias repletas em Vila Nova de Famalicão, Loulé e Porto, o espectáculo volta a apresentar Alice Azevedo, Bruno Huca, Carla Bolito e Diogo Freitas como quatro sobreviventes de um mundo a colapsar. Um deles é um exemplar de uma nova espécie de ser humano que estava a ser desenvolvido em laboratório no momento da extinção civilizacional. Modificado geneticamente segundo uma ética do cuidado, possui capacidades extraordinárias, o que levanta algumas questões éticas entre o grupo.
“Quem Cuida do Jardim” nasce de um sentimento de absurdo e da enigmática sugestão “devemos cuidar do nosso jardim”, deixada no final de “Cândido ou o Optimismo”, uma adaptação da obra de Voltaire que Cristina Carvalhal dirigiu em 2008. Misturando ficção com uma pesquisa sobre o percurso das sociedades pré-históricas até à actualidade, com especial enfoque na Europa, o texto reflecte acerca de alguns dogmas que influenciam o nosso pensamento quando questionamos o modo de vida actual. Será possível errar melhor?
“Há partes da história que não contamos e essas partes têm que ser contadas urgentemente”, explica Cristina Carvalhal, acrescentando que “é preciso imaginarmos outras hipóteses de vivermos todos juntos antes de acabarmos”.
Entre os dias 14 e 25 de Maio – de quarta a sábado, às 21h00, e domingo, às 16h00 –, “Quem Cuida do Jardim” ocupa o CAL – Centro de Artes de Lisboa. Os bilhetes estão à venda na BOL e no local, e custam 10€ (7€ para menores de 30 anos, maiores de 65, pessoas portadoras de deficiência e profissionais das artes do espectáculo).
Em Junho, a peça passa pelo Ponto C, em Penafiel (dias 6 e 7), e pelo Teatro-Cine de Torres Vedras (dia 14).
O espectáculo é uma co-produção da Causas Comuns, Momento – Artistas Independentes, Casa das Artes de Famalicão e Cineteatro Louletano.
A Causas Comuns é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura / Direcção Geral das Artes e é membro da Performart – Associação para as Artes Performativas em Portugal.
QUEM CUIDA DO JARDIM
Criação Cristina Carvalhal
Com Alice Azevedo, Bruno Huca, Carla Bolito, Diogo Freitas
Assistência de direcção Nuno Pinheiro
Espaço cénico e Figurinos Nuno Carinhas
Desenho de luz Pedro Abreu
Sonoplastia e música original Sérgio Delgado
Aderecista mapa Constança Rosado
Consultoria artística David dos Santos
Fotografia cartaz Estelle Valente
Fotografia de cena José Caldeira
Trailer Tomás Monteiro
Folha de sala Cristina Roldão
Produção executiva Beatriz Cuba
Gestão financeira Ana Pereira
Assessoria de imprensa this is ground control
Co-produção Causas Comuns, Momento – Artistas independentes, Casa das Artes de Famalicão, Cineteatro Louletano
Apoios Pólo Cultural das Gaivotas, Câmara Municipal de Lisboa, Antena 2
Agradecimentos Aida Carvalhal
SOBRE A CAUSAS COMUNS
Fundada por Cristina Carvalhal em 2004, a estrutura de produção Causas Comuns assume esta designação desde 2011 por melhor traduzir o carácter móvel que a caracteriza, onde os seus colaboradores procuram reunir “a equipa ideal” para cada projecto.
Com apresentações em países tão díspares como Finlândia, Chile, México, Inglaterra, Brasil e Bélgica, além de Portugal, procura juntar nas suas equipas profissionais de reconhecido mérito e artistas emergentes, com o intuito de «contaminar» gerações, oferecendo inovação, coerência e qualidade às actividades desenvolvidas.
Aliada a outras instituições, promove o contacto regular do público com obras clássicas e contemporâneas de teatro, fomentando boas práticas de acessibilidade física, social e económica, e privilegiando a itinerância como forma de contribuir para a diversidade e a descentralização da oferta cultural.