Uma Fé Milagrosa

É na Ilha do Pico que se sente uma fé profunda, vinda da devoção incomparável ao Bom Jesus Milagroso. Mesmo aqueles que não praticam a religião, prometem ao Bom Jesus. E é nestes actos, que percebemos que é difícil decifrar a fé de alguém, uma vez que, o sentimento ou a ligação são inevitáveis a esta entidade tão acolhida pelos picoenses.
O Bom Jesus Milagroso, a imagem vinda do Brasil, mais concretamente de Iguape, por Francisco Ferreira Goulart em 1862, conquistou o coração das pessoas. O Bom Jesus Milagroso de São Mateus expandiu-se sobrepondo-se à maior festa da freguesia, onde o padroeiro é São Mateus.
Conta-se que foram muitos os testemunhos registados sobre milagres ou promessas vividas vindas do Bom Jesus. Sabe-se até que existe um livro, renomado de “Livro do Tombo”, do Santuário que foi iniciado pelo Padre Joaquim Vieira de Rosa. Porém, este livro encontra-se desaparecido e até aos dias de hoje, ninguém sabe do seu paradeiro. Era neste preciso livro que se comprovava o poder do Bom Jesus Milagroso.
Diz-se que Maria Amélia Cardoso foi uma criança que vivenciou um desses incríveis milagres. Era uma criança do Faial que tinha ficado cega numa viagem aos Estados Unidos da América. Quando chegou à igreja de São Mateus, aproximou-se e recuperou a vista junto da imagem do Bom Jesus, após ter sido colocado a corda que o Bom Jesus segura, à volta dos seus olhos. Com os seus quatro anos, todos os médicos declaravam que estava incurável, mas o milagre salvou-a.
O santuário é uma das construções mais ricas e elaboradas da Ilha, com pormenores pintados a azul e ouro. É um santuário reconstruído devido aos sismos que foi sobrevivendo. As festas em honra do padroeiro decorrem sempre entre 27 de Julho e 7 de Agosto, onde os pontos altos, são onde se celebram as missas e as procissões.