As reservas naturais do Vale do Côa

O Rio Côa é um dos cursos de água menos poluídos em todo o território nacional. O leito do Côa prima pela sua pureza, e serve de abrigo a inúmeras espécies de animais. As trutas adoram águas límpidas e proliferam pelo rio.  As margens do Côa e espaços circundantes também possuem pouca poluição e apesar das marcas da presença do homem, em especial devido às actividades agrícolas e pastoreio, abrigam ainda diversas espécies de flora autóctone.

O Côa e o seu vale homónimo compõem uma ode à natureza, por entre os seus percursos, destacam-se duas áreas em particular, devido à sua riqueza em biodiversidade. A Reserva Natural da Serra da Malcata e a Reserva da Faia Brava são áreas protegidas, com enfase para a classificação de Zona de Protecção Especial (ZPE) para Aves do Vale do Côa. Cerca de 130 espécies de aves foram catalogadas no Vale do Côa, o que tornou esta região num local de excelência para a observação de aves. De realçar a presença de espécies rapinas como como a águia de Bonelli (Aquila fasciata), a águia-real (Aquila chrysaetos), o britango (Neophron percnopterus) ,o abutre-negro (Aegypius monachus) e o grifo (Gyps fulvus).

A Reserva Natural da Serra da Malcata é predominantemente constituída por matos de azinheira, medronheiro e carvalho-negral. Possui ainda grandes manchas de urze que dão origem ao seu famoso mel. Esta zona tem sido alvo de um plano de conservação com vista a aumentar a população do lince-ibérico, através da criação das condições ideias de habitat para este felino protegido.

Lontras, raposas e fuinhas são presença habitual na Reserva da Faia Brava. Esta região assume um papel muito importante na conservação da flora autóctone e integra a Zona de Intervenção Florestal de Algodres e Vale de Afonsinho. Possui a maior mancha de sobro e azinho do distrito da Guarda e grandes extensões de rosmaninho. Alberga ainda um grande número de exemplares de carvalho-português.